"O justo é como árvore plantada à beira de águas correntes, perto da Fonte. Porque está plantado assim, ele dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que faz prospera. Ele é teimosamente abençoado por Deus. A olhos vistos".

Divulgo, aqui no blog, algumas reflexões. Não são textos acabados e sempre estou aberto ao diálogo!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Como será o novo Papa?

Estou recolhendo algumas opiniões, declarações dos Cardeais e outras personalidades eclesiásticas ou não, a respeito de como deverá ser o novo Papa. Será que conseguimos um "retrato falado" do mesmo?
Conforme as opiniões vão sendo declaradas, vou publicando-as.

"Que o papa proceda da África, Asia ou América Latina 'terá menos importância' do que se atribui pelos meios de comunicação. O que se espera do novo Papa 'é uma visão sóbria, porém entusiasta, do caminho da Igreja no futuro'" (Cardeal Karl Lehmann - bispo de Mainz, Alemanha).

"O futuro Papa não pode integrar nenhum grupo especifico da Igreja, – como o Comunhão e Libertação, ou a Opus Dei. 'Ser representante ou ser membro de um partido, isso já separa do consenso que é necessário, grande. Então eu sei que há pessoas, até cardeais que vem de algum grupo, não é? São também capazes de vencer. Mas aquela lembrança de que ele faz parte daquele grupo já é uma barreira que muitas vezes pode se colocar e crescer'
'O primeiro dever de um papa é que exerça a missão de ser pastor dos pastores. Logo gostaria de um papa que seja capaz de exercer essa missão. Em segundo, que seja capaz de administrar os canais por meio dos quais exerce o ministério na Igreja. A Cúria Romana, os dicastérios se tornaram bastante volumosos... É preciso reformar a Cúria que se tornou muito pesada.'” (Cardeal Geraldo Majella - arcebispo emérito de Salvador, Brasil).

“'Que ele seja um homem de fé, de Deus. Um homem santo, em quem as pessoas possam ver, por assim dizer, Deus'.
'Nós tivemos um Papa, um longo papado, João Paulo II que foi eleito Papa aos 58 anos. E depois tivemos um Papa que foi eleito aos 78 anos. Quem sabe agora se escolha uma idade mais ou menos entre esses dois extremos'” (Cardeal Cláudio Hummes - Prefeito emérito da Congregação para o Clero).

“'Creio que o Papa deve ser sobretudo um pastor. Um Papa bastante atualizado, bastante aberto às questões do mundo de hoje, mas ao mesmo tempo muito fiel às questões do deposito da fé. Porque a Igreja está submetida à esse deposito, ela é guardiã desse deposito'” (Cardeal Raimundo Damasceno - arcebispo de Aparecida, Brasil e presidente da CNBB).

"'Agora, o mais forte entre os italianos parece ser o cardeal de Milão, Scola, por outro lado, há muita atenção para América e Ásia, lugares em que há um fermento religioso e do cristianismo muito forte. Porém o que está claro é que existe a ideia de que a Igreja deve continuar dialogando com o mundo'" (Mario Calabresi, diretor de "La Stampa" - jornal italiano).


"O prelado acredita que o mais importante não é de onde venha a pessoa que será eleita como sumo pontífice e sim que seja o 'profeta de Cristo', destacando que entre as tarefas que deverá se defrontar estão a renovação interna e a luta contra o 'secularismo'.
Para o Cardeal venezuelano, o novo bispo de Roma terá como missão a 'renovação interna' na 'linha do amor a Deus e o amor ao próximo', ter uma grande sensibilidade social e também o 'desafio' de reforçar a superação do secularismo, 'a tendência a deixar a Deus de lado'" (Cardeal Jorge Urosa - arcebispo de Caracas, Venezuela).

"'O maior desafio é falar com o mundo. A Igreja precisa de um papa que fale para o mundo, também para fora da Igreja, e anuncie o Evangelho como uma mensagem positiva. É a nova resposta, a nova evangelização. E, depois, uma reforma da Cúria Romana. Uma reforma séria que transforme a Cúria Romana em algo mais simples.'
'Para promover unidade na Igreja e acolher fiéis tradicionalistas, que preferem a missa antiga, em latim, Bento XVI planejava reformar aspectos da liturgia católica. A liturgia é uma das coisas que Ratzinger queria fazer. Seria a reforma da reforma. Porém, essa era uma coisa de Ratzinger. Não sei se o novo papa vai querer fazer.'" (Andrea Tornielli - vaticanista do jornal italiano "La Stampa")


"'O papel do Papa precisa ser repensado'. O que a Igreja também precisa fazer é 'repensar as relações entre a cúria e as igrejas locais, como manter a comunhão e como aprimorar a comunicação dentro da Igreja'. 'É essencial que a cúria seja organizada de uma maneira mais adequada, a fim de que esteja melhor colocada para encarar os desafios de nosso tempo. A coordenação entre os dicastérios precisa ser melhorada, é preciso haver mais colegialidade e melhor comunicação'. 
'A Igreja também precisa refletir sobre o papel dos sínodos porque, por vezes, quando os bispos se encontram, os assuntos abordados são muito genéricos e eles falham em discutir os assuntos concretos enfrentados pela Igreja'.  Uma Igreja que 'está sendo afetada pela crescente secularização na Europa. Nós sabemos que a maioria dos católicos vivem no hemisfério sul. É uma situação nova e apresenta um novo desafio'.
Segundo o Cardeal Kasper, o novo Papa precisará ser alguém 'com carisma e capaz de influenciar os fiéis. Um verdadeiro pastor do povo, mas também um pastor que saiba como guiar a Igreja. Creio ser necessário a experiência da Igreja universal; não basta conhecer um país ou uma diocese em particular'”. (Cardeal Walter Kasper, Presidente-Emérito do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos)

"Os principais desafios que o novo Pontífice deverá se defrontar são o combate ao secularismo e o manejo com conhecimento dos meios de comunicação atual.
'Um grande secularismo está permeando a Igreja, e domina todo o nosso arredor, o que nos leva, urgentemente, a repropor o Evangelho'. O novo Papa 'deverá ser capaz de chegar através de todos os meios de comunicação atuais, especialmente a comunicação social, para estar presente em todo o mundo'." (Cardeal Donald Wuerl, arcebispo de Washington)



"'Aquele que eu olhar e me lembrar de Jesus'. 'Quando vemos [o papa], estamos imediatamente elevados ao além, à verdade eterna e ao homem que se descreveu como a verdade, Jesus Cristo.'
'Deve ser um bom pastor, ser bem versado na tradição católica, estar ciente das diversas necessidades dos católicos de todo o mundo e ter boas habilidades gerenciais.'
'Para um papa, a declaração de missão é conservar, no melhor sentido da palavra. Isso não significa, porém, que não possa mudar a forma como essa missão é apresentada. Mas, mexer nos ensinamentos imutáveis da igreja, esse não é seu papel."
O Cardeal Dolan admite, que independente do cardeal que for escolhido para suceder Bento 16  vai herdar uma igreja com 'sérios problemas'. 'Nós tivemos tumulto na igreja desde o início', é importante que as pessoas entendam que 'o abuso' não é resultado do ensinamento da igreja, mas sim de uma 'falha em seguir esse ensinamento'." (Cardeal Timothy Dolan, arcebispo de Nova York)


"'Tomando como base os principais personagens da cúria romana nestes últimos anos – o papa, o decano, seu secretário de Estado e o espectro de esperança que ainda paira no ar vindo do cardeal Martini, morto recentemente –, visualizamos caminhos possíveis e suas consequências (continuidade do projeto de João Paulo II de defesa da identidade católica; continuidade com reforma na Cúria e algumas outras iniciativas reformistas; prioridade de reforma com alguma continuidade, especialmente do projeto de Nova Evangelização; e levar adiante as reformas previstas pelo Vaticano II. Alguns nomes saltam à vista, mesmo sabendo do ditado de que quem entra papa sai cardeal'". (Sérgio Ricardo Coutinho, professor no Instituto São Boaventura e presidente do CEHILA)

"É urgente ter 'mais colegialidade, mais democracia' na Igreja. Propõe um 'governo dos bispos', não mais só do papa; em suma, uma solução menos romano-cêntrica. Ele diz: 'Não é só o pontífice que governa a Igreja'. Mas é 'o papa junto com os bispos'. E ainda: 'Hoje são necessárias renovação e reformas, especialmente no nosso modo de governar'. (Cardeal Cormac Murphy-O’Connor, arcebispo emérito de Westminster)

"O Cardeal Hoyos considera possível a alternativa de um 'Papa veterano', que governe poucos anos e ponha em ordem os problemas urgentes. 'Atualmente o mundo está passando por situações de mudança, uma realidade distinta daquela do momento em que Joseph Ratzinger assumiu o governo: Como transmitir a Revelação a pessoas imersas nestas mudanças? Nisto deverão pensar os Cardeais para escolher um homem que  possa dar estas respostas.'" (Cardeal Darío Castrillón Hoyos,  colombiano, presidente emérito da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei e prefeito emérito da Congregação para o Clero)

"'Creio que não elegeremos alguém que tenha 77 ou 78 anos. Porém, tampouco, elegeremos a alguém demasiado jovem, porque creio que seria positivo se mudarmos de papado a cada 10, 15 ou 20 anos.'
'Creio que a origem do próximo Papa é bastante secundário ante suas capacidade pessoais para dirigir a Igreja. Alguns fatores são fundamentais: um homem de fé e oração, com uma carreira excepcional, que saiba várias línguas. Não acredito que teremos um mestre da altura de Bento XVI ou de João Paulo II. Deveríamos, porém seria uma surpresa muito agradável. Creio que necessitamos de alguém que seja um estrategista, que tome decisões, um organizador, alguém que já tenha demonstrado ter capacidades pastorais forte e que possa tomar as rédeas da situação para avançar adiante a toda Igreja.'
'Quando se compara a falta de fé com o baixo índice demográfico na Europa, com a violência contra os cristãos do Oriente Médio, com a necessidade de tratar de melhorar as coisas na China, os problemas da Cúria Romana não formam parte deste conjunto. Porém a Igreja necessita que o novo Papa consiga elevar a moral na Cúria, repensar seu sentido de bem-estar'" (Cardeal George Pell, arcebispo de Sidney, Austrália).


"'Está claro que um novo Papa deve preocupar-se destes desafios (os problemas da sociedade hoje) e afirmar os princípios do Evangelho relativos a estes assuntos, além de colaborar com os Estados para conseguir que se resolvam o mais cedo possível.'
'Hoje se fala muito de crise econômica, porém essa não é a dificuldade maior. Existe um problema ético e moral, de onde vem - ao menos em parte - a mesma crise econômica. O pontífice que virá certamente, seguindo os traços de João Paulo II e Bento XVI, deverá continuar enfrentando estas complicações'" (Cardeal José Saraiva Martins, português, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos)


"[O sucessor de Bento XVI] deverá ser 'um homem santo porque deve chamar todos à santidade. um homem que compreende a Cúria, não necessariamente um do interior da Cúria. Porém, certamente, uma pessoa que veja o que é bom na Cúria, e valorize, e que possa reorganizar o que não está bem'.
'Uma pessoa com uma grande experiência, com boas habilidade comunicação, que sabia vária línguas e que tenha a confiança dos cardeais, que seja respeitado e admirado'".(Cardeal  Theodore Edgar McCarrick, americano, arcebispo emérito de Washington).

"'Estou convencido de que a obra de limpeza que Ratzinger começou deve continuar, porque no Evangelho está escrito que a liberdade nos faz livres. Deve se apresentar uma Igreja com um rosto transparten, sereno e de paz'" (Cardeal Óscar Andrés Rodrígeuz Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, Honduras).


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