"O justo é como árvore plantada à beira de águas correntes, perto da Fonte. Porque está plantado assim, ele dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que faz prospera. Ele é teimosamente abençoado por Deus. A olhos vistos".

Divulgo, aqui no blog, algumas reflexões. Não são textos acabados e sempre estou aberto ao diálogo!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Cardeal Angelo Scola


Biografia retirada da Wikipédia. Comentários meus abaixo da mesma.


Dom Angelo Scola (Malgrate, 7 de Novembro de 1941) é um cardeal italiano da Igreja Católica, filósofo e teólogo. Foi nomeado Arcebispo de Milão por Bento XVI a 28 de Junho de 2011.

Biografia


Família e Formação


Angelo Scola nasceu em MalgrateLombardia, filho de Carlo Scola e de Regina Colombo. Teve um irmão mais velho que faleceu em 1983. Estudou na Manzoni Lyceum em Lecco onde esteve filiado no movimento juvenil Gioventù Studentesca (Juventude Estudantil).

Estudou filosofia na Universidade Católica do Sagrado Coração em Milão entre 1964 e 1967, onde se doutorou com uma dissertação em Filosofia Cristã. Neste período foi Vice-presidente e posteriormente Presidente do Núcleo Diocesano de Milão da Federazione Universitaria Cattolica Italiana, uma ala da Acção Católica.
Continuou os estudos nos Seminários de Saronno e Venegono em Milão onde foi ordenado sacerdote em Teramo a 18 de Julho de 1970 pelo bispo Abele Conigli de Teramo-Atri.
Obteve um segundo Doutoramento em Teologia pela Universidade de Friburgo na Suíça, cuja dissertação se baseou no trabalho de São Tomás de Aquino. Enquanto colaborador activo do movimento Comunhão e Libertação a partir dos anos 70, foi também responsável pela edição da revistaCommunio fundada por Henri de Lubac, Hans Urs von Balthasar e Joseph Ratzinger.
Após um período onde estudou em Munique e Paris e exerceu trabalho pastoral, Angelo Scola regressou a Friburgo para trabalhar como assistente de investigação da cátedra de Filosofia Política a partir de 1979 e posteriormente, Professor Assistente em Teologia Moral Fundamental, cargo que manteve até 1982, quando foi nomeado Professor de Antropologia Teológica no Pontifício Instituto João Paulo II de Estudos sobre Matrimónio e Família em Roma e Professor de Cristologia Contemporânea na Pontifícia Universidade Lateranense.
Angelo Scola fundou o Studium Generale Marcianum, um instituto académico e o jornal Oasis, publicado em italiano, inglês, francês, árabe, urdu de forma a poder chegar aos cristãos de países islâmicos.
Entre 1986 e 1991, serviu a Cúria Romana como consultor na Congregação para a Doutrina da Fé. Nos vários institutos onde leccionou, procurou angariar fundos para bolsas de estudo destinadas a alunos estrangeiros, nomeadamente de países pobres, para que pudessem estudar em Itália.

Bispo de Grosseto

Foi nomeado bispo de Grosseto a 18 de Julho de 1991 e foi ordenado a 21 de setembro de 1991 pelo cardeal Bernardin Gantin. Escolheu para seu lema: "sufficit gratia tua" (2Cor 12,9) que significa: Basta que tenhas a minha graça. Nesta diocese, promoveu uma renovação na catequese, a incidir na formação de crianças e jovens, e teve uma forte preocupação a nível da formação vocacional e do clero, reabrindo seminários diocesanos. Tentou aproximar as paróquias da população, especialmente dos trabalhadores, principalmente durante o encerramento das Minas de Grosseto, da cultura e da família e fundou uma missão diocesana em Santa CruzBolívia. Durante este período, escreveu e publicou um livro direccionado para os jovens sobre o tema da missão educativa da igreja.

Reitor da Universidade Lateranense e Cargos na Cúria Romana

Angelo Scola resignou ao governo da Diocese de Grosseto para dirigir a Pontifícia Universidade Lateranense enquanto Reitor, e o Pontifício Instituto João Paulo II de Estudos sobre Matrimónio e Família enquanto Presidente, ambos em Roma.
Em 1995 tornou-se membro da Congregação para o Clero. Também foi constituído membro da Comissão Episcopal para a Educação Católica da Conferência dos Bispos Italianos e, a partir de 1996, foi presidente do Comité para os Institutos de Estudos Religiosos.
Entre 1996 e 2001 foi membro do Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde, período onde escreveu textos sobre temas nesta área. Foi nomeado membro para o Pontifício Conselho para a Família em 1996.
A 17 de Janeiro de 2009 foi nomeado membro do Pontifício Conselho para a Cultura por Bento XVI e a 5 de Janeiro de 2011 foi nomeado para o recém criado Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. É também membro da Congregação para o Culto Divino.
Dom Angelo, no fim da missa em Cassano Magnago em 22 de setembro 2012.
No último ano foi nomeado para vários cargos, dos quais se destacam a 24 de Outubro de 2011 para membro do Conselho de Cardeais para o Estudo de Problemas Económicos e Organizacionais da Santa Sé, a 7 de Março de 2012 para membro da Congregação para as Igrejas Orientais e a 21 de Abril de 2012 para membro da Congregação para a Doutrina da Fé.

Patriarca de Veneza
Foi nomeado Patriarca de Veneza pelo Papa João Paulo II a 5 de Janeiro de 2002, e eleito Presidente da Conferência Episcopal da Região do Triveneto a 9 de Abril de 2002. Foi criado cardeal a 21 de outubro de 2003, tendo-lhe sido outorgado o título de cardeal-presbítero de Santos XII Apóstolos[1]. Em Veneza, desenvolveu uma forma aberta de contacto com a população, a ponto de reservar as manhãs de quarta-feira para se reunir com qualquer pessoa que o quisesse ver, sem necessidade de marcação prévia.
Por esta altura, após o falecimento do Papa João Paulo II, chegou ser considerado como papabile, ou seja, como possível papa.

Arcebispo de Milão
No dia 28 de Junho de 2011 foi nomeado pelo Papa Bento XVI arcebispo metropolita da Arquidiocese de Milão[2], sucedendo assim ao cardeal Dionigi Tettamanzi. Deixou assim o Patriarcado de Veneza, tomando posse da Arquidiocese de Milão a 9 de Setembro de 2011. A entrada solene aconteceu a 25 de Setembro de 2011, com uma missa solene no Duomo de Milão.

Precedido por
Adelmo Tacconi
Brasão episcopal
Bispo de Grosseto
1991 — 1995
Sucedido por
Giacomo Babini
Precedido por
Marco Cé
Brasão cardinalício
Cardeal-Patriarca de Veneza
2002 — 2011
Sucedido por
Francesco Moraglia
Precedido por
Giovanni Battista Re
CardinalPallium PioM.svg
Cardeal-presbítero
dos Santos XII Apóstolos
2003 — presente
Sucedido por
(incumbente)
Precedido por
Dionigi Tettamanzi
Brasão cardinalício
Cardeal-Arcebispo de Milão
2011 — presente
Sucedido por(incumbente)



Comecei pela biografia do Cardeal Scola por acreditar que será ele o escolhido no próximo Conclave. Acredito que ele reúne as características esperadas para o próximo Pontífice:
- Relativamente novo em se tratando de um Papa no início do governo (71 anos);
- Está alinhado com o pensamento de Bento XVI;
- Foi Patriarca de Veneza antes de ter sido escolhido por Bento XVI para a cátedra de Ambrósio (Milão) - mudança esta que foi vista como "diminuição", pois protocolarmente um patriarcado teria uma visibilidade maior que uma arquidiocese. Não podemos nos esquecer que Pio X, João XXIII e João Paulo I foram, também, Patriarcas de Veneza;
- É italiano (o último Papa italiano foi Albino Luciani - João Paulo I - 1978) e talvez conviesse para a Cúria Romana que houvesse novamente (após 35 anos) um papa italiano;
- É próximo de Joseph Ratzinger já há mais de 40 anos e participou, escrevendo, da revista teológica Communio que teve como fundadores Hans Urs von Balthasar, de Lubac e o próprio Ratzinger;
- Participa de diversas Congregações e Conselhos Pontifícios - o que o capacita a compreender a Igreja em sua amplidão;
- Está ligado ao Movimento Comunhão e Libertação (CL);
- Parece-me que seria, também, a escolha de Bento XVI. 

Talvez vejamos, brevemente, repetir-se esta cena do abraço:


Bento XVI e cardeal Ângelo Scola quando do recebimento de seu pálio episcopal

Quem será o próximo Papa? Veja alguns nomes de possíveis ‘papáveis’


Reproduzo aqui o interessante artigo (com este mesmo título) do Blog Praça de Sales do Filipe Domingues, baseado no blog de John Allen. A partir de seus comentários irei acrescentando nos post seguinte uma breve biografia dos papabiles com alguns comentários pertinentes.

Algum tempo atrás, o Papa Bento XVI reconheceu que, aos 85 anos de idade, já está “no último trecho da viagem” de sua vida.
Por isso, embora ele esteja com boa saúde, não é crime ou desrespeito começarmos a pensar em quem poderia ser o próximo “sucessor de Pedro”. Neste post, vamos olhar para o cenário atual de “papáveis” sem compromisso nem torcida, com a ajuda do renomado jornalista americano John Allen Jr.
Allen publicou uma lista dos nomes mais citados quando o assunto é “quem será o próximo Papa?”. O vaticanista já avisa que esses levantamentos são falíveis e, portanto, devemos levá-los em conta apenas como “aquilo que se ouviria nas mesas de jantar em Roma”. Para quem lê bem em inglês recomendo que vá ao blog de John Allen clicando aqui.
Ele fez uma espécie de consulta a observadores do Vaticano – jornalistas, diplomatas, acadêmicos, religiosos – e chegou a 12 nomes de eventuais candidatos ao papado. Entre as “possibilidades”, há um brasileiro. Mas antes de resumir a lista de Allen, cabe questionar o que se espera de um Papa?São quatro pontos principais a serem avaliados pelos cardeais num conclave:
1) A experiência pastoral e o apego ao ensinamento teológico da Igreja, isto é, a essência do que é ser o “pastor” do rebanho, afinal, antes de mais nada o Papa é um líder religioso; 2) o caráter administrativo, para saber lidar com o funcionamento do Vaticano, fazer nomeações ou, pelo menos, saber delegar; 3) o caráter político, isto é, saber mediar conflitos e, ao tomar decisões, evitar desagradar partes envolvidas; 4) avaliando o “conjunto da obra”, os cardeais devem pensar no que cada um representaria em termos de transição e evolução ante os Papas anteriores e também no contexto histórico atual.
Se você não sabe como funciona a eleição do Papa, recomendo que clique aqui. Pois bem, vamos à pesquisa de John Allen:
Cardeal Scola
TRÊS FAVORITOS - Eis os “front-runners”: Cardeal Angelo Scola, Arcebispo de Milão, italiano de 70 anos; Cardeal Marc Ouellet, Prefeito da Congreação para os Bispos, canadense de 67 anos; e Cardeal Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, argentino de 68 anos.
Cardeal Scola é especialista em antropologia teológica e muito alinhado ao Papa Bento XVI, o que é uma qualidade. Além disso, é mais extrovertido e, segundo Allen, mais otimista. Fãs dizem que Scola mistura a autoconfiança de João Paulo II com a intelectualidade de Bento XVI. Contra Scola está o fato de ser italiano, pois alguns cardeais querem renovar. Ele também nunca ocupou um cargo no Vaticano. Além disso, representaria o segundo pontificado consecutivo de intensos ensinamentos teológicos, o que poderia ser considerado um excesso.
Cardeal Ouellet
Cardeal Ouellet é outro discípulo intelectual de Bento XVI. Embora seja canadense, já viveu também na Áustria, na Alemanha e na Colômbia, o que é uma qualidade, além já ter trabalhado no Vaticano e como Arcebispo de Quebec. Seria o primeiro Papa das Américas. Fãs dizem que ele é humilde e um grande professor de fé. Porém, alguns dizem que ele é parecido demais com Bento XVI.
Cardeal Sandri
Cardeal Sandri tem a vantagem de ser de uma família italiana na Argentina, um país em desenvolvimento. Durante cinco anos trabalhou como sostituto no Vaticano, uma espécie de administrador-geral, função em que se saiu bem. Portanto, conhece bem o Vaticano, mas pode ter sua imagem “contaminada” por erros da gestão de que participou. Ele é teologicamente alinhado, mas moderado em questões políticas – foi diplomata nos EUA. Alguns acreditam que ele seria um ótimo Secretário de Estado, e não Papa. Além disso, seu cargo atual não é de grande destaque.
Cardeal Scherer
POSSIBILIDADES - Segundo Allen, estes nomes também são muito mencionados: Cardeal Péter Erdő, Arcebispo de Budapeste, húngaro de 59 anos; Cardeal Angelo Bagnasco, Arcebispo de Gênova, suíço de 69 anos; Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, brasileiro de 62 anos.
Vamos começar pelo brasileiro. O Cardeal Scherer lidera uma importante arquidiocese da América Latina, o que lhe atribui grande visibilidade. Ele tem ampla experiência em Roma, onde viveu por sete anos. Outra qualidade é o fato de ser alinhado às tradições, mas dialogar com novos movimentos. Porém, os brasileiros em geral, segundo Allen, costumam ser vistos em Roma como “caras legais”, mas não firmes o suficiente para o papado. Outra dúvida a ser levantada é se Dom Odilo vem respondendo à altura ao crescimento do pentencostalismo e do secularismo no Brasil. Contra ele pesa também o fato de ser de família alemã o que, para alguns, representaria o segundo Papa alemão consecutivo.
Cardeal Erdő
Cardeal Erdő foi eleito duas vezes presidente da Conferência Episcopal Europeia, o que lhe atribui razoável vantagem porque quase metade dos cardeias é europeia. Ele também tem boas relações na África. Segundo Allen, ele é considerado tradicionalista na doutrina, mas bom em estabelecer consensos entre diferentes correntes. Contra ele pesa o fato de ser bastante jovem, o que consistiria num papado talvez longo demais. Além disso, é especialista em direito canônico, o que para alguns limita um pouco sua visão pastoral.
Cardeal Bagnasco
Cardeal Bagnasco é visto como um líder capaz na Itália, com habilidades para lidar com questões políticas e com a mídia. Pode favorecê-lo o fato de às vezes discordar do atual Secretário de Estado, Cardeal Tarciso Bertone, pois outros cardeais enxergam muitas fraquezas em Bertone. Porém, Bagnasco é muito conhecido apenas na Itália e nunca trabalhou fora de lá, o que pode limitar sua visão de mundo e sua visibilidade.
CHUTES - John Allen menciona outros cinco nomes menos prováveis, tidos como “chutes a longa distância”: Cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, italiano de 69 anos; Cardeal Peter Turkson, presidente do Pontifício Conselho para Justiça e Paz, ganês de 63 anos; Cardeal Robert Sarah, Presidente do Pontifício Conselho “Cor Unum”, guineense de 66 anos; Cardeal Timothy Dolan, Arcebispo de Nova York, americano de 62 anos; Arcebispo Luis Antonio Tagle, de Manilla, filipino de 54 anos.
Cardeal Ravasi
Cardeal Ravasi é visto como um intelectual brilhante em diversas áreas, como teologia, arte, ciências e filosofia, e atua de forma eficiente tanto no meio acadêmico quanto na imprensa popular, aproximando-se dos não católicos. É considerado gentil, afável, engraçado. Mas não tem grande base de apoio na Itália, onde pesa o lado político. Além disso, pode ser visto como europeu demais.
Cardeais Turkson e Sarah
Os africanos Cardeais Turkson e Sarah são as principais apostas para um Papa africano. Ambos trabalharam em grandes dioceses e hoje ocupam cargos importantes no Vaticano. Turkson tem mais experiência pastoral, mas Sarah tem mais laços internos no Vaticano e atua nos bastidores. Porém, os dois dividiriam os votos de cardeais que apostam na África. Além disso, Turkson não teve chances ainda de mostrar se é bom governador e, quanto a Sarah, falta a certeza de que ele se daria bem com toda a publicidade que exige a missão de um Papa.
Cardeal Dolan
Cardeal Dolan ganhou muito destaque nos últimos meses por causa das desavenças com o governo de Barack Obama, nos Estados Unidos, e foi o centro das atenções no últimoconsistório de cardeais. O discurso que fez diante do Papa Bento XVI sobre a “Nova Evangelização” o tornou uma estrela, segundo Allen. Ele tem um estilo de governar pouco rigoroso, mas confiante e bem-humorado. Em Roma, diz-se que ele é o primeiro americano “papabile“. Porém, Dolan nunca trabalhou no Vaticano, seu italiano não é fluente e não se sabe se ele conhece a realidade da Igreja fora do Ocidente. Dolan pode ser visto como extravagante demais para o papado.
Arcebispo Tagle
Arcebispo Tagle é um verdadeiro chute, pois sequer é cardeal (ainda). Isso pode mudar no ano que vem, pois ele tem ganhado bastante destaque no Oriente. Entre suas qualidades estão os fatos de ter posições fortes e saber se comunicar muito bem. Um comentarista filipino disse que Tagle tem “a mente de um teólogo, a alma de um músico e o coração de um pastor”. Porém, além de não ser cardeal, ele nunca morou em Roma e não se sabe se ele conhece a realidade do Ocidente. Tagle também pode ser jovem demais por enquanto: com apenas 54 anos, um eventual papado seu poderia durar mais de 30.
Esse é o cenário atual. Mas, com o passar do tempo, é claro que tudo pode mudar. E vale lembrar que muitos dos Papas eleitos no passado foram azarões, verdadeiras zebras. O mais recente foi um tal de Karol Wojtyła, polonês cujo nome os outros cardeais mal sabiam pronunciar direito.