Há algum tempo atrás trabalhava em um certo banco. Na ocasião estava como caixa, porém em um lugar afastado da bateria de caixas. Próximo das 16h (horário de fechar o banco) houve uma movimentação na fila do banco e surge um rapaz com uma arma apontando para uma moça e exigindo que os vigilantes entregassem suas armas. Ao render os vigilantes outros dois sujeitos entraram na agência e exigiram que o gerente mostrasse e abrisse o cofre. O nosso gerente (que era um grande banana!) não se apresentou e outro fez este papel para os bandidos. Ao verificar que o cofre iria demorar muito para abrir (possuía um timer) ele apanhou a fita de gravação das câmeras, foi até a bateria de caixa, bateu em meus colegas e apanhou o valor que eles possuíam - aproximadamente 10.000 de cada um dando um total de quase 50.000. Depois disto foram embora e muito depois os policiais chegaram.
Bom, até aí foi um assalto como vemos quase todos os dias no jornal. Mas a questão é que não levaram nada de meu caixa - uma vez que eu não estava junto com os outros colegas e minha mesa não parecia um caixa - atendia somente os clientes preferenciais da agência. Mas comigo eu tinha mais de 50.000, pois o volume que eu trabalhava era grande! E como os bandidos levaram a fita de vídeos e o assalto foi muito rápido, as pessoas não perceberam por onde eles passaram. Um colega meu, após a poeira baixar, perguntou-me: "Quanto levaram?" E eu, abrindo a gaveta com aqueles pacotes de dinheiro, disse: "levaram tudo!" Claro que eu brinquei com ele! Mas, para quem conhece um pouco de bancos sabe que o valor do registro do caixa é igual ao valor em $ que o caixa possui, mas no caso de um assalto, não tem como comparar os valores e o caixa fica fechado e se dá como perdido o valor.
O ponto no qual eu quero chegar é que, se eu quisesse levar vantagem da situação, eu simplesmente embolsaria o valor que eu possuía no caixa e ninguém iria saber, pois a fita de vídeo havia sido roubada! Por que eu não fiz? Por uma questão de princípio! Não faria nunca! Mas será que outro não faria?
Nenhum comentário:
Postar um comentário