Procuro recordar-me exatamente das palavras. Há tanto o que se guardar... Gestos olhares, sentimentos, certeza, amor. Era de fato o centro daquela refeição – o Amor. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos”.
As palavras saíam dos seus lábios com Amor. Mas no dia seguinte não precisei ouvir as suas palavras. Eu via, contemplava. Era puro amor doado na dor. Não havia imaginado que o Amor pudesse se manifestar assim. Vida dada, vida entregue...
Retorno de meus pensamentos. À minha volta, outros. Não aqueles de então. Muitos já foram. Céus se abriram. Outros o viram. Outros ainda o ouviram. Muitos souberam através de nós. O Ressuscitado continua comunicando vida, comunicando Amor.
Não são apenas expectadores. São amigos. Meus amigos, amigos de Deus, amigos do Ressuscitado.
São eles agora que recebem a vida! A aurora da ressurreição não somente vence a escuridão e a morte, vence o tempo. Vence as distâncias. Jesus vive – o mesmo ontem, hoje e sempre!
O maior amor é também o verdadeiro amor. Morrer para dar a Vida. Morrer por amor. Viver por amor e para amar!
Como naquela ceia, sinto hoje também a eternidade tocando a História. Descortina-se dentro de mim todo o céu. Toco com o meu coração o intocável, apreendo com minhas entranhas o Absoluto.
À volta deste altar o meu coração cresce de amor e de saudades: é Páscoa novamente! Maranhathá, vem Senhor Jesus!
Robert Rautmann, CCJ
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