"O justo é como árvore plantada à beira de águas correntes, perto da Fonte. Porque está plantado assim, ele dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que faz prospera. Ele é teimosamente abençoado por Deus. A olhos vistos".

Divulgo, aqui no blog, algumas reflexões. Não são textos acabados e sempre estou aberto ao diálogo!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Simpósio de abertura da CF 2011 na PUC (PR) reúne mais de 200 pessoas

O simpósio de lançamento da Campanha da Fraternidade (CF) deste ano na PUC aconteceu no dia 12 de março e transcorreu entre manhã e tarde, fechando com uma celebração ecumênica às 16h00.
A manhã foi aberta com uma introdução sobre a crise ecológica atual e civilizacional pelo professor e doutor em filosofia, Jelson Oliveira e foi seguida por uma palestra de discussão sobre o desafio das mudanças climáticas no âmbito político e pastoral da Igreja, pelo sociólogo e coordenador do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social (FMCJS) da CNBB, Ivo Poletto.
A tarde, após o intervalo do almoço, os participantes dirigiram-se às quatorze oficinas oferecidas que trataram dos diferentes aspectos ecológico, social e climático do planeta.
Às 16h teve início a celebração ecumênica de abertura da CF-2011. Na presidência da celebração estiveram: Dom Moacyr José Vitti, Arcebispo de Curitiba, Dom Naudal Alves Gomes, Bispo Diocesano da Igreja Episcopal Anglicana de Curitiba, Pastor Werner Fuchs, Pastor da Igreja Evangélica Luterana no Brasil e Diácono Gilberto José Félix que representou a Dimensão Social da Arquidiocese.  
De acordo com a coordenadora da CF deste ano, Elizete Sant’Anna, aproximadamente 250 pessoas participaram do simpósio, um número consideravelmente bom diante da importância do tema. “Sentimos que as pessoas estão sedentas em fazer algo concreto na luta pela preservação da vida e este simpósio veio justamente nesta perspectiva, de oportunizar aos participantes a partilha do que já está sendo feito por cada um e de ações que podem melhorar ou ainda mudar”.
Segundo o sociólogo e coordenador do Fórum, Ivo Poletto, o objetivo central do Simpósio foi despertar nos participantes a riqueza da temática deste ano, de como as mudanças climáticas implicam numa responsabilidade política e também pastoral. No âmbito político, visto que há uma necessidade urgente de encaminhamentos concretos sobre a questão ambiental e no âmbito cristão, como uma missão dada por Deus. “O cristão, na perspectiva da fé deve fazer algo não apenas por uma razão política, mas por uma razão de fidelidade a Deus”.
Na opinião do sociólogo, o simpósio vem contribuir para a disseminação de informações e para a formação de uma consciência mais crítica rumo ao enfrentamento das causas do aquecimento global.
Este enfrentamento pode começar por atitudes pessoais simples que não só contribuem com o meio ambiente, como repercutem positivamente numa mudança de comportamento de produção capitalista. “A redução do consumo de energia nas casas, por exemplo, diminui a necessidade da construção de grandes obras que produzem energia, como as hidrelétricas. Obras que estragam os rios e ainda expulsam comunidades que moram nas margens".
Outro aspecto ressaltado pelo sociólogo que precisa ser revisto é o consumo exagerado impulsionado pela propaganda. “ A capacidade da propaganda e do marketing de nos convencer de que temos que ter algo novo a toda hora favorece diretamente o sistema produtivista das empresas e agride terrivelmente o planeta. Isso porque o destino desse consumo frenético é o lixo. Do lixo à reciclagem, gasta-se energia, sem a reciclagem, contamina-se o solo e a água, ou seja, de qualquer forma o meio ambiente é prejudicado”.
Um ciclo vicioso que segundo ele precisa ser repensado. “Nós como consumidores ativos, temos o poder de decisão nas mãos, se deixarmos de consumir, quem produz terá necessariamente que desacelerar o ritmo de produção”.
Mudanças como esta, apesar de complicada por envolver uma cultura capitalista e também de hábitos, pode e deve ser aplicada e é aí que nasce a cidadania, na tomada de decisões pessoais em favor de uma causa maior que é a preservação da vida geral do planeta, conclui.

(Arquidiocese de Curitiba)

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