"O justo é como árvore plantada à beira de águas correntes, perto da Fonte. Porque está plantado assim, ele dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que faz prospera. Ele é teimosamente abençoado por Deus. A olhos vistos".

Divulgo, aqui no blog, algumas reflexões. Não são textos acabados e sempre estou aberto ao diálogo!

sexta-feira, 4 de março de 2011

O carnaval na visão de budistas


Budismo:
1) Na sua religião, o carnaval é um período de recolhimento? Por quê?
Tudo depende. Algumas pessoas vão aproveitar o feriado e se recolher. Meditar. Estudar. Mas não especificamente por ser carnaval. E sim, por que todo momento é uma oportunidade de através dessas práticas de estudo e meditação mantermos e melhorarmos no processo de lucidez.
Mas outras pessoas não vão se recolher. Podem estar praticando lucidez no mundo. Em meio as várias e diversas circunstâncias.
2) Que atividades ela oferece aos seus seguidores neste período? Ainda é possível inscrever-se para participar? Como e onde?
Este ano não teremos nenhuma atividade nesta época.
3) Sua religião proíbe que seus adeptos brinquem carnaval? Por quê?
Essa é uma pergunta muito abrangente. Pois poderíamos dizer que existem muitos budismos. Ou seja: o budismo quando entra em uma cultura ele aproveita muito da cultura para promover lucidez. Ele não acaba com a cultura e promove outra coisa totalmente diferente, onde as regras venham ditadas ou regidas por uma cúpula única mundial.
Então até pode ter em algum lugar alguma linhagem budista que proíba, não sei. Mas na forma e linhagens que estamos estudando e seguindo não existe uma proibição.
O que o budismo oferece e o que os budistas aspiram é uma vida com mais amor, compaixão, paz, alegria, tranqüilidade, atenção, concentração, generosidade, paciência e, principalmente, lucidez.
Agora tudo depende do que cada praticante está conseguindo entender e praticar dentro desse processo todo de transformação. Então a recomendação é para que cada praticante cuide o que esta fazendo e o que vai fazer. Lembre do que ele vem aspirando e lembre que suas ações terão suas consequencias e avalie se suas ações e conseqüências estão de acordo com suas aspirações. Caso contrario, as conseqüências podem lhe tirarão o que vinha buscando (paz, tranqüilidade,a mor, compaixão, e etc....
A pessoa pode brincar no carnaval, dançar, se divertir de forma muito tranqüila, muito ética, de forma bastante lúcida; sem problema.
Agora se no meio da brincadeira, brotar muitos impulsos onde as ações acabam dando conseqüências indesejadas; e que vão atrapalhar a paz e tranqüilidade da pessoa; que vão atrapalhar suas relações.... então....ela vai ter que lidar com o resultado de suas ações equivocadas.
Independente de serem budistas ou não. Nosso presente é fruto das aspirações, ações e conseqüências do passado. E nosso futuro é de certa forma, resultado das nossas aspirações, ações e conseqüência do presente.
Logo, dependendo do que acontecer vamos nos aproximar de paz, tranqüilidade e etc..., ou podemos nos distanciar.
4) E no caso dos seguidores que têm que trabalhar durante o carnaval (diretamente ou indiretamente com a festa), há algum tipo de orientação com relação à conduta ou sobre cuidados?
A principio a recomendação é sempre a mesma para qualquer circunstância: Tentar manter a lucidez. Seguir olhando o mundo com compaixão, alegria, equanimidade, paz, tranqüilidade, generosidade e etc... cultivando assim nossas boas ações. E cuidando de emoções (como raiva, inveja, orgulho, carência, desejo e apego, e etc..) que sabidamente resultam em ações não auspiciosas e que nos afastam de nosso grande propósito: lucidez, paz, tranqüilidade e compaixão.
* As respostas foram enviadas por Nelson Morroni do Centro de estudos Budistas Bodisatva.

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