"O justo é como árvore plantada à beira de águas correntes, perto da Fonte. Porque está plantado assim, ele dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que faz prospera. Ele é teimosamente abençoado por Deus. A olhos vistos".

Divulgo, aqui no blog, algumas reflexões. Não são textos acabados e sempre estou aberto ao diálogo!

terça-feira, 1 de março de 2011

02/03 - Santos e Bem-aventurados

São Ceada, abade e bispo britânico († 672). Foi missionário, com o irmão Ceda, na Mércia e entre os Saxões do leste da Inglaterra. Ocupou temporariamente a sé episcopal de York durante a ausência do titular são Vilfrido. Depois que voltou para seu mosteiro, foi nomeado bispo de Lichfield. Se corpo encontra-se na catedral de Birmingham, a ele dedicada.

Santa Inês de Praga (ou da Boêmia)
Inês de Boêmia, filha de Otocaro I, rei da Boêmia e de Constança da Hungria (Praga 1205 ou 1208 – 1282). Recebeu a proposta de casamento com o imperador Federico II de Svésia, mas rejeitou. Foi uma mulher ativa e preocupada com os problemas de seu tempo. Dedicou-se de corpo e alma ao serviço dos pobres com o apoio do legado do papa Gregório IX. Incentivou e apoiou os Franciscanos e as Clarissas, para os quais fundou dois mosteiros: em 1232 o primeiro convento dos frades menores em Praga, com um hospital anexo, e em 1234 um mosteiro para as clarissas (para onde santa Clara de Assis enviou cinco suas religiosas), e aí se retirou, tornando-se abadessa. Manteve uma relação epistolar com santa Clara. Foi beatificada pelo papa Pio IX em 1874 e canonizada por João Paulo II em 1989.

São Simplício, papa
Simplício nasceu na cidade italiana de Tívoli e seu pai se chamava Castino. Depois disso, os dados que temos dele se referem ao período que exerceu a direção da Igreja, aliás uma fase muito difícil da História da Humanidade: a queda do Império Romano. Ao contrário do que se podia esperar, teve um dos pontificados mais longos do seu tempo, quinze anos, de 468 a 483.
Nessa época, Roma , depois de resistir às invasões de godos, visigodos, hunos, vândalos e outros povos bárbaros, acabou sucumbindo aos hérulos, chefiados pelo rei Odoacro, que era adepto do arianismo e depôs o imperador Rômulo Augusto. A partir daí, conquistadores de todos os tipos se instalaram, depredaram, destruíram e repartiram aquele Império, tido como o centro do mundo. Roma, que era sua capital, sobreviveu. Nesse melancólico final, a única autoridade moral restante, a que ficou do lado do povo e acolheu, socorreu, escondeu e ajudou a enfrentar o terror, foi a do Papa Simplício.
Ele fazia parte do clero romano e foi eleito para suceder o Papa Hilário. Tinha larga experiência no serviço pastoral e social da Igreja e uma vantagem: ter convivido com o Papa Leão Magno, depois proclamado santo e doutor da Igreja, que deteve a invasão de Átila, o rei dos bárbaros hunos. Ao Papa Simplício, nunca faltou coragem, fé e energia, virtudes fundamentais para o exercício da função. Ele soube manter vivamente ativas as grandes basílicas de São Pedro, São Paulo Fora dos Muros e São Lourenço, que a partir do seu pontificado passaram a acolher os católicos em peregrinação aos túmulos dos Santos Apóstolos. Depois construiu e fundou muitas igrejas novas, sendo as mais famosas aquelas dedicadas a São Estevão Rotondo e a Santa Bibiana. Trabalhou para a expansão das dioceses e reafirmou o respeito à genuína fé em Cristo e à Igreja de Roma.
Os escritos antigos registram suas várias cartas à bispos, orientando sobre a forma de enfrentar o nestorianismo e o monofisitismo, duas heresias orientais que na época ameaçavam a integridade da doutrina católica e vinham se espalhando por todo o mundo cristão. Mas o Papa Simplício se manteve ativo ao lado do povo, ensinando, pregando, dando exemplo de evangelizador, apesar dessas e outras dificuldades. Além disso mostrou respeito a todo tipo de expressão da arte; foi ele que ordenou para serem colocados à salvo da destruição dos bárbaros os mosaicos considerados pagãos, da igreja de Santo André. Morreu, amado pelo povo e respeitado até pelos reis hereges, no dia 10 de março de 483. Suas relíquias são veneradas na sua cidade natal, Tívoli, Itália.
Foi assim que Roma, graças à atuação do Papa Simplício, apesar de assolada por hereges de todas as crenças e origens, deixou de ser a Roma dos Césares passando a ser a Roma dos Papas e da Santa Sé. A sua comemoração litúrgica ocorre no dia 02 de março.


Santa Ângela de la Cruz (María de los Ángeles Guerrero González), fundadora, Sevilha (Espanha), 30 de janeiro de 1846 - Sevilha, 02 de março de 1932

São Carmelo (Jerônimo Carmelo de Sabóia), mercedário, místico, bispo, + Barcelona, Espanha, 28 de maio de 1558

São Lórgio, mártir em Cesareia da Capadócia (atual Turquia)

São Lucas Casali de Nicósia, abade, Nicósia (Enna, ilha da Sicília, Itália), séc. IX – Agira (Enna), 890

São Quinto o Taumaturgo, na Frígia, atual Turquia,  280/285

São Tróade, mártir em Neocesaria, Ponto (atual Turquia), segunda metade do séc. III


Bem-aventurado Carlos o Bondoso [Dinamarca 1083 – Bruges, Bélgica, 1127], conde de Flandres (1119-1127), filho de Canuto IV o Santo, rei da Dinamarca, e de Adele de Flandres, filha do conde Roberto o Frisão. Depois de ter lutado nas cruzadas, sucedeu ao primo alemão Balduino VII Hapkin (1119). Conseguiu grande popularidade por seu espírito de justiça, e favoreceu o comércio em Flandres. Rejeitou o reino de Jerusalém, e não quis se candidatar a ser imperador. Morreu assassinado após um complô organizado pela família de Bertulfo, cônego de são Donatiano de Bruges e chanceler de Flandres, que foi depois enforcado pela multidão.

Bem-aventurado Henrique Suso, 1295 - 1366
Nascido na ilha de Constança, na Alemanha, no dia 21 de março de 1295, foi um dos principais representantes do movimento religioso, que floresceu na região do rio Reno, no início do século XIV. Religioso dominicano, escritor e místico, se tornou um dos teólogos alemães mais conhecidos, pela característica da singular doçura de sua espiritualidade e pela clareza do conceito transmitido de que a vida interior é acessível a todas as almas seguidoras da Paixão de Jesus Cristo.
Seu pai era um rico comerciante, não muito religioso, da nobre dinastia dos Berg, e sua mãe, uma senhora muito pia, era da tradicional família cristã dos Suese ou Suso, forma latina do nome. Henrique preferiu manter o sobrenome da mãe. Desde a infância foi educado pelos dominicanos, demonstrando sua vocação religiosa já nesta época. Aos treze anos, ingressou como noviço no convento de São Nicolau, desta Ordem, em Constança, período em que desenvolveu muito, sua espiritualidade.
Aos dezesseis anos, viveu um período de fé incerta, o qual superou através da somatória das penitências rigorosas com as orações contemplativas. Dois anos depois, coroou sua completa conversão, marcando com ferro em brasa o nome de Jesus, no lado esquerdo do peito. Isto ocorreu, após uma experiência mística, na qual, viu um anjo unindo o seu coração ao do Cristo. A partir de então, seu zelo se traduziu numa entrega espiritual mais prudente; Deus o fez compreender que a melhor mortificação consistia em aceitar com resignação as provas enviadas por Ele.
No convento dominicano em Constança, fez os estudos preparatórios, filosóficos e teológicos. Depois foi enviado para o Colégio Geral de Estrasburgo e finalmente para a universidade de Colônia, diplomando-se com destaque. Ao invés de uma carreira brilhante eclesiástica, preferiu retornar para Constança, em 1329, como professor de Teologia no colégio dos dominicanos. Ali, durante os sete anos seguintes, escreveu suas obras mais importantes: o Livro da Sabedoria Eterna e o Livro da Verdade. Narrou com simplicidade e clareza os mistérios da alma, que desvendava através dos seus colóquios íntimos com Cristo, veiculados pelas orações silenciosas e experiências contemplativas.
Em 1336, Henrique sentiu que era hora de partir para o apostolado peregrino. Viajou por toda Alemanha, passando pela Suíça e Países Baixos, tornando-se um incansável pregador itinerante do nome de Cristo. Durante quatro anos, até 1943 foi o diretor geral do convento alemão de Turgovia. Depois foi transferido para o de Ulm, no qual permaneceu até morrer, em 25 de fevereiro de 1366.
Ele não foi sepultado no cemitério comum aos padres dominicanos, mas na cripta da igreja daquele convento. Até o final de 1531, sobre a sua lápide ardia uma chama atestando o seu culto. Depois seus restos mortais foram destruídos pelos protestantes, mas a sua lembrança se manteve e foram muitos os Santos que se inspiraram no seu exemplo para a busca da espiritualidade eleita. Foi beatificado pelo Papa Gregório XVI em 1831.

(Verbonet)

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