Na manhã de ontem o corpo do jovem missionário salesiano, Pe. Marek Rybinski, foi encontrado sem vida no interior de um armário e com a garganta cortada, na escola salesiana de Manouba (Tunísia).
Embora ainda se desconheça o motivo do assassinato, os membros de sua comunidade suspeitam de algum tipo de extorsão, depois de recordar que ele recebeu no dia 31 de janeiro, debaixo da porta da residência salesiana, uma carta anônima ameaçando os de morte caso não pagassem uma soma de dinheiro que não detalharam à imprensa.
Seus irmãos da comunidade viram por última vez o P. Rybinski às 10:00 a.m. de 17 de fevereiro. Depois de notar sua ausência na oração da noite e na Missa da manhã, o Pe. Lawrence Essery, diretor da residência salesiana nessa cidade, alarmou-se e decidiu alertar a polícia local, que horas depois encontrou seu corpo.
Em um comunicado, o Ministério do Interior da Tunísia assinalou que este assassinato parecia ser o trabalho de um "grupo de terroristas extremistas", denunciando que estes fundamentalistas "aproveitam-se das circunstâncias excepcionais para prejudicar a segurança e afundar o país na violência".
O Pe. Marek Rybinski é o segundo religioso encontrado morto nos últimos dias, caracterizados por distúrbios sociais.
O Reitor Mor dos Salesianos, Dom Pascal Chávez Villanueva, apenas tendo recebido a notícia expressou sua consternação e sua dor.
Com apenas 33 anos, o Pe. Rybinski, ecônomo da comunidade em Manouba, "era extremamente eficiente e através de seus contatos com a delegação missionária polonesa, onde tinha trabalhado antes de chegar à Tunísia e chegou a financiar diversos projetos para o bem da escola", assinalou o Pe. Essery.
O Arcebispo de Túnis, Dom Maroun Elias Nimeh Lahham, preside esta noite umaEucaristia em sufrágio do Pe. Rybinski, na catedral da capital tunisina.
Na Tunísia, desde meados de dezembro até em 14 de outubro se realizaram intensas manifestações que resultaram na renúncia e fuga do país do presidente Ben Ali.
Nos últimos dias, diversos países árabes realizaram intensos protestos contra seus governantes, no que se denominou o "Efeito Tunísia", sobressaindo-se o caso do Egito, onde o presidente Hosni Mubarak se viu obrigado a renunciar depois de mais de 30 anos no poder.
A diferença dos protestos no Egito onde não se registraram enfrentamentos entre cristãos e muçulmanos, na Tunísia a situação foi muito diferente e a perseguição contra os cristãos é uma constante.
(ACI Digital)
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