MADRI, sexta-feira, 7 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) - O Caminho Neocatecumenal não será suspenso no Japão dentro de cinco anos, como havia anunciado a Conferência Episcopal do país, mas buscará uma solução negociada para possíveis mal-entendidos.
Esta é a principal conclusão da reunião realizada em 13 de dezembro passado, entre o Papa Bento XVI, uma representação de vários bispos japoneses, incluindo o presidente da Conferência Episcopal, Dom Leo Ikenaga, e alguns líderes de dicastérios da Cúria Romana, como o secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone.
Esta decisão foi recentemente enviada por escrito, pela Secretaria de Estado, aos iniciadores do Caminho Neocatecumenal, Kiko Argüello, Carmen Hernández e Mario Pezzi, segundo informou hoje a ZENIT Álvaro de Juana, delegado de comunicação desta realidade eclesial na Espanha.
O encontro entre o Papa e os representantes do episcopado japonês foi realizado para discutir alguns aspectos sobre o Caminho Neocatecumenal no país.
A causa disso foi a decisão, declarada publicamente no início do Advento por bispos japoneses, de que esta realidade eclesial suspenderia suas atividades no país no prazo de cinco anos.
Conforme explicou a De Juana, "a Santa Sé tomou uma série de decisões. A primeira delas indica que a suspensão do Caminho Neocatecumenal no Japão em cinco anos, como alegado pela Conferência Episcopal do país, não é admissível".
Por outro lado, disse, "o diálogo entre os bispos do Japão e o Caminho Neocatecumenal deverá ser retomado logo que possível, com a ajuda de um delegado competente, que tenha amor pelo Caminho e respeito pelos problemas dos bispos".
"Por fim, devem dar, se for necessário, instruções específicas para o Caminho, para cada uma das suas próprias dioceses, evitando pronunciamentos da Conferência Episcopal", explicou De Juana.
"A Santa Sé lembra ainda que a Secretaria de Estado será a responsável pelas instruções necessárias e abordará, em contato Congregação para a Evangelização dos Povos, as questões relativas à presença do Caminho nesse país", disse o porta-voz do movimento.
Esta decisão marca um importante ponto de referência para a questão suscitada pela recusa dos bispos japoneses ao Caminho Neocatecumenal, uma realidade eclesial pós-conciliar surgida na Espanha por meio do pintor Kiko Argüello, e que hoje está presente em mais de 5 mil paróquias dos cinco continentes.
(Zenit)
Aqui mesmo no blog Convivendo já havia postado esta questão suscitada no Japão a respeito do Caminho Neocatecumenal e coloquei a dificuldade de entender como uma Conferência INTEIRA poderia não admitir a presença de um Movimento Eclesial (poderia ser uma Congregação, uma Nova Comunidade) em seu território. Eis o que na notícia cita Álvaro de Juana, porta-voz do Caminho na Espanha: "Por fim, devem dar, se for necessário, instruções específicas para o Caminho, para cada uma das suas próprias dioceses, evitando pronunciamentos da Conferência Episcopal"
Esta notícia (como aquela de dezembro) é importantíssima como valorização dos carismas em relação à Igreja Universal e a Igreja PARTICULAR. Me recordo da mensagem que o Papa Bento XVI dirigiu aos Bispo da Regional Sul II na última visita Ad Limina (em novembro passado). Nesta ele salientava o aspecto essencial que possui os carismas dos Institutos de Vida Consagrada e assemelhados na vida da Igreja Particular.
Acredito ainda que este exemplo da Conferência de Bispos do Japão irá dar margem a outras reflexões ao longo da Orbe.
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