"O justo é como árvore plantada à beira de águas correntes, perto da Fonte. Porque está plantado assim, ele dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que faz prospera. Ele é teimosamente abençoado por Deus. A olhos vistos".

Divulgo, aqui no blog, algumas reflexões. Não são textos acabados e sempre estou aberto ao diálogo!

quinta-feira, 14 de março de 2013

O que me chamou a atenção em Francisco?

Que posso escrever a respeito do Papa Francisco?

Que eu fiquei surpreso com a escolha ter recaído sobre o Cardeal Jorge Mario Bergoglio?

Que eu fiquei ainda mais surpreso pela escolha de seu nome como Francisco?

Que eu fiquei estupefato quando ele abaixou a sua cabeça diante da multidão que se apinhava na Praça de São Pedro e pediu que orassem para que Deus o abençoasse?

Que percebi a sutileza dele não estar trajando a murça vermelha e ter utilizado a estola pontifícia somente ao dar a bênção Urbi et Orbi?

Que me comoveu a simplicidade de seu discurso, saudando de forma tão amistosa seu povo?

Que me impressionei com sua trajetória enquanto cristão, padre, bispo e cardeal?

Que também percebi que, em sua primeira missa como Papa, realizou sua homilia, não da cátedra, mas do ambão?

Sim, poderia dizer todas estas coisas, mas acredito que muitas delas já foram ditas até a exaustão através da internet e principalmente do Facebook.

Queria levantar uma questão que somente foi tratada de forma superficial aqui e ali (omitida completamente pela mídia secular).

Bispo de Roma. Sim, foi esta forma de tratamento que Papa Francisco deu a si durante sua primeira mensagem ao povo. Está incorreto? Absolutamente! Corretíssimo, aliás, mais do que correto, uma vez que o Papa justamente é Papa por ser bispo da cidade de Roma, lugar do martírio de Pedro e Paulo, Roma eterna dos Mártires, dos Santos (como no hino Pontifício). O que me chamou a atenção foi a insistência em utilizar-se deste termo - foram nove vezes a referência a este título! Aliás, em nenhum momento chamou a si de "Sumo Pontífice" ou de "Papa". Foi assim também (como bispo de Roma) que João Paulo II fez seu discurso quando foi apresentado ao povo - porém mencionou este título apenas uma vez.

Será este "detalhe" importante? Bom, na minha humilde opinião, não é "apenas" um detalhe mas um reforço da figura do Papa como primus inter pares (o primeiro entre seus pares), termo caro à Igreja antes do Cisma (em 1054), quando a Igreja de Roma era assim vista entre os cinco Patriarcados (os demais: Antioquia, Constantinopla, Alexandria e Jerusalém), termo também relacionado à ascendência do bispo de Roma em relação aos demais bispos (que juntos - com esta justa precedência - constituem o Colégio Episcopal).

A questão da colegialidade foi um tema bastante comentado nas Congregações Gerais que antecederam o Conclave (segundo as várias informações da imprensa - italiana, espanhola - que estiveram próximas dos Cardeais que delas tomaram parte). E, assim creio, será um tema (ainda que de fundo) que perpassará vigorosamente o pontificado de Francisco. 

Para quem deseja envolver-se mais neste tema sugiro a leitura dos seguinte trechos do Concílio Vaticano II:

LG 22-23; Nota Explicativa Prévia (ao final do texto oficial); CD 4.


E você o que achou de Francisco?

Fica autorizada a reprodução integral deste post, desde que citada a fonte conforme texto a seguir:
RAUTMANN, Robert. O quem me chamou a atenção em Francisco? Disponível em: 
http://robertccj.blogspot.com.br/2013/03/o-quem-me-chamou-atencao-em-francisco.html





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