"O justo é como árvore plantada à beira de águas correntes, perto da Fonte. Porque está plantado assim, ele dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que faz prospera. Ele é teimosamente abençoado por Deus. A olhos vistos".

Divulgo, aqui no blog, algumas reflexões. Não são textos acabados e sempre estou aberto ao diálogo!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Publicado livro com conversas inéditas do Papa João Paulo II com jornalistas

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 23-03-2011, Gaudium Press) Em vista da beatificação de João Paulo II, no próximo dia 1º de maio, foi apresentado hoje pelo Vaticano um novo livro de entrevistas com o pontífice polonês, lançado pela Livraria Editora Vaticana.
"Companheiros de viagem. Entrevistas em voo com João Paulo II", a primeira compilação de todas as conversas om os jornalistas presentes nos voos papais durante as viagens apostólicas de João Paulo II a outros países. O livro de Angela Ambrogetti traz, primeiramente em italiano, um inédito material conservado no Arquivo da Rádio vaticana, registrado em cinco línguas: italiano, espanhol, português, inglês e polonês.
"Tudo nasce de um acaso - conta na introdução da obra a autora. Um jornalista americano na primeira viagem do Papa ousa interrogá-lo. Quando João Paulo II aparece no setor de imprensa do avião que o leva a Santo Domingo, todos pensam que será a saudação habitual. É proibido pelo protocolo fazer perguntas. O jornalista, no entanto, quando o Papa se aproxima, lhe pergunta a 'queima-roupa" se pensa em visitar os Estados Unidos. O séquito empalidece, mas o Papa responde: acho que será necessário, resta apenas fixar a data!"
Este foi o início de uma nova era midiática. Nasce um gênero que talvez não teria nunca existido. Hoje, o encontro do Papa em seu avião com a imprensa se tornou praxe. Os jornalistas preparam as perguntas, o porta-voz seleciona, e durante o voo é apresentada uma síntese ao Papa Bento XVI, que responde de forma ampla.
O livro foi realizado a partir dos registros conservados pela Rádio Vaticana. Como escreve o diretor da RV, Padre Federico Lombardi, que é também porta-voz do Vaticano, "o pontificado de João Paulo II é provavelmente o primeiro a ser documentado de forma verdadeiramente sistemática e quase completa através dos registros em áudio, não somente usados abundantemente nas transmissões, mas também classificado e conservados com cuidado. Os técnicos da Rádio Vaticana se empenharam em reunir também as intervenções mais extemporâneas e curtas, que em tempos pregressos não se pensava em registrar de fato. Também por isto, além da duração e intensidade do pontificado, a parte do arquivo sonoro dedicada a João Paulo II é sem comparações a mais ampla, e também constitui de forma absoluta a maior parte do arquivo todo, mais de 70% do mesmo".
Lembranças
Recordações pessoais em livro escreveu também o cardeal Stanislau Dziwisz, hoje arcebispo de Cracóvia, mas antes, por todos os 27 anos do papado, secretário particular de João Paulo II e fiel e silenciosa testemunha dos eventos:
"Quando partiu no dia 25 de janeiro de 1979 a primeira viagem apostólica do novo papa, as incógnitas eram muitas. Muitos, inclusive no Vaticano, tinham desaconselhado o Papa a ir. Mas ele tinha decidido que era seu dever ir. Por isso, decidida a viagem, tudo era novo. Tudo era a primeira vez. E assim também foi no encontro com os jornalistas. O Santo Padre pensava que seria a coisa mais natural do mundo aproximar-se da cabine dos jornalistas e cumprimentar-lhes, agradecer-lhes pelo trabalho que teriam feito. Mas quando começou a viajar pela classe econômica, pensava que tudo acabaria ali, com uma saudação, um agradecimento. Nunca teria imaginado o que iria acontecer: um jornalista, rompendo os acordos, lhe dirige um pergunta. E ele, como se fosse a coisa mais natural do mundo, lhe responde diretamente. Algo absolutamente inédito: o chefe da Igreja que se fazia entrevistar a dez mil metros de altura", a bordo de um avião.
"João Paulo II foi - sublinha o cardeal Dziwisz, até hoje, o Papa que visitou o maior número de países. A sua foi uma resposta de convite. Não somente à Igreja mexicana, mas de todas as Igrejas e comunidades que queriam "ver Pedro". João Paulo II procurava o homem, onde que quer estivesse. Com o tempo, as viagens do Papa assumiram um significado único e especial, passaram a fazer parte do Ministério petrino de forma que agora não é mais imaginável que um pontífice não faça visitas em diversas partes do mundo. Eventos fundamentais para as Igrejas locais, mas que teriam ficado quase sempre desconhecidos se no séquito do Papa não estivessem os jornalistas. Não foi sempre uma relação fácil, a com a imprensa. Mas foi certamente sempre uma relação sincera e frutífera".
O livro de 388 páginas está dividido em cinco capítulos, cada um dedicado a um continente. O primeiro tem como título "A América Latina. Da primeira viagem a última viagem ao México, passando por Cuba", que apresenta as conversas das viagens pelos países da região. Entre as perguntas e respostas se encontram temas sérios e difíceis sobre polítca, questões sociais, conflitos militares e também respostas e abordagens bem-humoradas de João Paulo II.

(Gaudium Press)

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