O Bispado de Almeria (Espanha) iniciou os trabalhos de reabilitação da antiga igrejade Las Salinas de Cabo de Gata, profanada durante o último fim de semana com grafites que -segundo peritos consultados pela agência ACI Prensa em espanhol- simulam um rito satânico.
O templo construído 1907 permanecia fechado ao culto desde ano 2004 pelo risco de desmoronamentos. O ato vandálico ocorreu depois da vitória da diocese em um longo litígio judicial com uma empresa privada que tentou convertê-lo em discoteca e centro turístico, enquanto se esperava a permissão oficial das autoridades de Andaluzia para iniciar a reabilitação da igreja como lugar de culto.
Na segunda-feira 7 de março, o interior do templo amanheceu cheio de figuras e grafites esotéricos de aparência satânica. Entretanto, vários peritos coincidem que, por sua abundância e disposição, formariam parte de uma montagem que quis dar a impressão de satanismo.
Ao dia seguinte, o Bispado publicou um comunicado no qual "lamenta profundamente, condena e denuncia sem paliativos e com contundência o ato bárbaro e a profanação sem sentido realizado contra a igreja" e anunciou que na terça-feira 8 de março finalmente recebeu a autorização para as obras de reabilitação.
A Diocese considera que a profanação foi "um ato vandálico que fere a consciência religiosa e o sentido comum de qualquer pessoa civilizada, e constitui por si mesmo um atentado gratuito contra um espaço sagrado para a fé católica".
Explica que "examinados por alguns peritos os destroços realizados no templo, as pinturas sem sentido feitas no chão e a desordem introduzida no mobiliário, parece excluir-se que se trata de um ato satânico".
"Tudo indica que se trata de um ato vandálico deliberado, em cuja intenção e finalidade a Diocese não quer entrar por razões óbvias. De qualquer modo, ninguém fará a Diocese desistir de sua decisão, amparada pela lei, de realizar a reabilitação deste emblemático templo diocesano, para levar adiante sua abertura ao culto", acrescentou o comunicado.
A Diocese informou que já apresentou uma denúncia formal ante o Tribunal de Guarda de Almeria para que sejam descobertos e sancionados os autores.
Em declarações ao grupo ACI, Luis Santamaría del Río, perito da Rede Ibero-americana de Estudo das Seitas (RIES), respaldou o texto da diocese espanhola e considerou que na profanação do templo "de ritos satânicos, parece que nada" existiu.
"É algo pomposo que foi montado com uma clara intencionalidade contra a Diocese pelas questões de titularidade do templo e tudo isso que explica o comunicado oficial", afirmou.
Vicente Jara, perito da RIES e especialista em satanismo, coincide com Santamaría e reiterou que não existiu "missa negra nem atos rituais satânicos" mas que este foi "um ato vandálico que usa de simbologia em parte satânica e em parte não satânica".
(ACI Digital)
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