“Quero tocar para o Papa”

Madrid, 16 de Fevereiro de 2011.- Metade do clan de los Sancho esteve no sábado à tarde nas audições para formar parte da orquestra que acompanhará as principais celebrações da JMJ. Lídia, Moisés, Tamar e Fátima Sancho arrancavam as melhores notas para convencer os examinadores de que merecem um lugar entre os privilegiados que estarão perto do Papa.

Fátima de 13 anos, que toca flauta transversal, não vê nada mais importante do que lá estar: “quero tocar para o Papa” dizia,  com o nervosismo à flor da pele. Para Lídia de 20 anos, que toca trombone, a orquestra une duas das facetas mais importantes da sua vida: ser cristã e tocar um instrumento, e “que combinação melhor do que esta”, diz convencida. Passaram a tarde inteira a ensaiar e à espera da sua vez. Saía um, entrava o seguinte, assim foram desfilando, terminando a sua emocionante jornada já pela noite dentro.

O auditório encheu-se das notas musicais dos instrumentos tocados por 300 jovens vindos de todos os cantos da península. “Fiquei impressionada”, conta Isabel Grande de Madrid ”porque havia gente de todos os sítios de Espanha, de Algeciras, de Murcia... com muito nível e muito bom ambiente, nada competitivos”.

Superando todas as fronteiras

Nem todos os músicos são católicos, pois as audições estavam abertas a todos. Para Sofia Galasova, russa ortodoxa, a maneira de demonstrar que a sua fé está acima da divisão das Igrejas é participando nesta orquestra. “Uma das formas de superar a crise em que está imersa a fé cristã, é através da união das Igrejas, não para que umas imponham a sua forma de acreditar sobre as outras, mas para que todas se enriqueçam mutuamente” comenta.

Para Sofia, o poder tocar diante do Papa, constitui um feito realmente importante da sua vida, “a razão pela qual quis ser músico é para transmitir a Palavra de Deus através da minha arte”. E continua com uma reflexão retirada da sua experiência pessoal “ao longo da trajectória de vida, as pessoas que se dedicam a sério a esta forma de expressão, no final dão-se conta de que a razão de ser da arte é essa”.

Que prime a excelência

Se a hora de eleger os elementos tem em conta aspectos de disponibilidade e horários, a motivação e o compromisso, um ponto crucial marca a diferença: a “qualidade musical”. Isto têm-no muito claro os coordenadores do projecto, como Purita Echanove, para quem a frase de Bento XVI, “a excelência como caminho para se encontrar com Deus” resume o que tem em mente.

A orquestra reúne jovens exigentes, que não se conformam com qualquer coisa e como conta Echanove “este brio é gerador da força e do carácter da música”. Para a primeira fase de formação do que chamaram a “orquestra base”, os participantes serão quase todos espanhóis já que têm de participar nos ensaios aos sábados em Madrid. À medida que se vá aproximando o grande evento, em Agosto, integrar-se-ão os reforços internacionais.

Junto com a orquestra, haverá também um coro para o qual também fizeram audições. Jovens vozes que juntamente com as notas dos 300 instrumentos que Bento XVI e os dois milhões de peregrinos que se esperam em Madrid poderão apreciar.

Quando nasce um sonho

A ideia da orquestra nasceu numa JMJ quando Pedro Alfaro, fundador do projecto, ao ver o coro animar as celebrações principais da Jornada, sonhou em poder estar ali. O que nunca pôde imaginar é que iria ser o criador do projecto da orquestra e coro para a JMJ de Madrid. Cada dia este sonho está mais próximo!

Podes ver no álbum do Flicker da JMJ, todas as fotografias das audições do coro e da orquestra.

(Site JMJ Madrid)