MADRI, terça-feira, 11 de janeiro e 2011(ZENIT.org) - Duas salas de cinema de Madri e Barcelona acolherão a pré-estreia beneficente do filme "De deuses e homens", no próximo dia 13 de janeiro. As sessões são realizadas pela organização Ajuda à Igreja que Sofre.
A arrecadação será destinada ao financiamento de um projeto de reabilitação de duas casas para sacerdotes e religiosas de duas congregações dedicadas à formação de mulheres, ao atendimento de pessoas com necessidades especiais e às escolas para crianças sem recursos de El Meniâa, no Saara argelino.
Em Madri, a atividade contará com a participação do crítico de cinema Juan Orellana e de um frei trapista, membro da comunidade monástica de Atlas (Marrocos), onde se encontra o único religioso que viveu os fatos narrados no filme, conforme informação da organização.
O filme "De deuses e homens" narra a fase final da vida da pequena comunidade de monges trapistas do mosteiro de Nossa Senhora do Atlas, em Tibhirine, nas montanhas do Magreb argelino.
A história começa várias semanas antes que um grupo terrorista ordene a todos os estrangeiros que saiam do país.
Um grupo armado entra à força no monastério na noite de Natal. A partir desse momento os monges se perguntam se devem ficar ou sair do país e tomam a decisão em comunidade.
Baseado em fatos reais, o filme recebeu o Grande Prêmio do Júri de Cannes 2010 e é candidato ao Oscar 2011.
Na noite de 26 a 27 de março de 1996, um grupo armado formado por cerca de 20 homens entrou no mosteiro e sequestrou os sete trapistas franceses.
Um mês depois, a organização Grupos islâmicos armados (GIA) reivindicou o sequestro través de um comunicado no qual propunha à França uma troca de prisioneiros.
Num segundo comunicado, no seguinte mês, o grupo anunciava a morte dos monges: "Cortamos suas gargantas". Era dia 21 de maio de 1996. Nove dias depois, foram encontrados os corpos dos monges.
Todos os membros da comunidade tinham decidido permanecer em Tibhirine conscientes do risco que isso implicava para suas vidas.
O filme mostra como os religiosos viviam a ameaça da violência que finalmente terminou levando suas vidas.
O mosteiro de Nossa Senhora de Atlas tinha se despojado de suas riquezas e dado quase toda sua terra ao Estado, além de compartilhar seu jardim com o povoado vizinho.
Os monges tinham feito uma eleição de pobreza: também no sentido do abandono total à vontade de Deus e dos homens.
O prior trapista Christian de Chergé deixou estampada sua fé e amor a Cristo e à Igreja numa carta conhecida como seu "testamento espiritual", datada de 1 de janeiro de 1994.
Para o diretor da organização Ajuda à Igreja que Sofre na Espanha, Javier Menéndez Ros, "é uma homenagem àqueles que, como Cristo, sofrem e entregam sua vida por amor".
(Zenit)
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