"O justo é como árvore plantada à beira de águas correntes, perto da Fonte. Porque está plantado assim, ele dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que faz prospera. Ele é teimosamente abençoado por Deus. A olhos vistos".

Divulgo, aqui no blog, algumas reflexões. Não são textos acabados e sempre estou aberto ao diálogo!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Falece Dom Samuel Ruiz, bispo emblemático de "teologia indígena"

.- Dom Samuel Ruiz García, Bispo Emérito de San Cristóbal de las Casas (México) e emblema da "teologia da libertação indígena" faleceu na manhã deste 24 de janeiro na capital mexicana aos 86 anos, conforme informaram seus familiares.

O Bispo Emérito sofria de diabete e problemas cardíacos há alguns anos, e em 14 de janeiro deste ano tinha sido internado na unidade de cuidados intensivos do hospital Angeles del Pedregal.

Dom Ruiz nasceu em Irapuato, no estado mexicano de Guanajuato, em 3 de novembro de 1924. Foi ordenado sacerdote no dia 2 de abril de 1949 e consagrado Bispo de San Cristóbal de las Casas no dia 25 de janeiro de 1960.

Depois de quase 40 anos de governo da diocese mais pobre, o Papa João Paulo II aceitou sua renúncia ao cargo em 13 de março de 2000, 4 meses depois de cumprir os 75 anos.

Durante seu governo pastoral, o Prelado se converteu em uma figura polêmica. Elogiado pelos seguidores da teologia da libertação como modelo de defesa dos pobres, Ruiz atraiu a crítica da Santa Sé e de numerosos bisposmexicanos por sua posição a favor do sacerdócio casado e seu apoio à "teologia indígena".

O Bispo definia a "teologia indígena" como algo que "nasce ao interior de um contexto de opressão. Não foi só uma conquista violenta desta terra por parte da Espanha: também a religião, como a supremacia política, vem imposta".

Em 1999 e depois de uma visita de João Paulo II ao México, a Arquidiocese de Cidade do México divulgou um documento anunciando a condenação do Pontífice à teologia indígena, como derivada da teologia marxista da liberação.

O documento, publicado pouco menos de um ano antes do retiro de Ruiz, dizia que "a teologia indígena, além de não ser ortodoxa, pode proporcionar muitos males aos indígenas. A condenação papal tenta defender os indígenas destes maus; é uma expressão do amor e solicitude do Papa aos indígenas".

O documento recordava ademais que "a conexão entre a teologia da liberação e a teologia indígena foi assinalada pelo (então) Cardeal Ratzinger (agora Bento XVI) na reunião com os responsáveis pelas comissões de Doutrina da Fé das Conferências Episcopais da América Latina, celebrada em Guadalajara de 6 a 11 de maio de 1996".

Nos últimos anos de seu trabalho pastoral no final dos anos 90, o Bispo se converteu em alvo de críticas de diversos setores, especialmente governamentais, por sua simpatia com o movimento guerrilheiro marxista conhecido como "Frente Zapatista de Libertação Nacional" que lançou uma ofensiva armada em Chiapas em 1994.

Pouco depois do levantamento, o Prelado foi renomado presidente da Comissão Nacional de Intermediação (CONAI); mas o apoio dos Zapatistas a Ruiz e as críticas do governo puseram em questão sua independência em 1998.

Dom Ruiz foi sucedido no governo pastoral da diocese em 1 de maio de 2000 por Dom Felipe Arizmendi, atual Bispo de San Cristóbal.

Esta segunda-feira às 3:00 p.m. foi celebrada uma Missa de corpo presente no Centro Universitário Cultural do México.

(ACI Digital)

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