"O justo é como árvore plantada à beira de águas correntes, perto da Fonte. Porque está plantado assim, ele dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que faz prospera. Ele é teimosamente abençoado por Deus. A olhos vistos".

Divulgo, aqui no blog, algumas reflexões. Não são textos acabados e sempre estou aberto ao diálogo!

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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

“Hermenêutica conciliar” é tema de reflexões do segundo dia do curso dos bispos


cursobispos3“Hermenêutica conciliar: reforma ou renovação?”. Este foi o tema de reflexões do segundo dia de atividades do 20º curso para bispos, que acontece desde o dia 31 de janeiro, no Centro de Estudos Sumaré, no Rio de Janeiro. A reflexão foi ministrada pelo monsenhor Gabriel Richi Alberti, da Faculdade de Teologia São Damaso, em Madri.
Durante a palestra, monsenhor Richi citou diversas interpretações da teologia conciliar. Três fases de interpretação e recepção do Concílio Vaticano II foram apresentadas ao longo da sua exposição. Ele discorreu sobre a recepção, que, segundo ele é caraterizada pela exaltação, “pela impressão imediata de que o Concílio era um acontecimento libertador”. Logo após ele falou sobre a segunda fase que nasceu sob o símbolo da decepção daqueles que não conseguiam ver na Igreja, com o passar do tempo, nenhuma real renovação.
A essas duas fases, afirmou, sucedeu uma terceira, mais equilibrada, “capaz de integrar os elementos da doutrina tradicional na eclesiologia da comunhão e na antropologia cristã proposta pelo Vaticano II”.
Depois ele discorreu sobre o que nomeou como uma nova etapa: o Pontificado do papa Bento XVI, que propôs como chave de leitura da hermenêutica do Concílio Vaticano II, a existência de duas interpretações, uma baseada no conceito de descontinuidade e ruptura, e outra no de renovação, neste caso não como uma ruptura, mas “dentro da continuidade do único sujeito-Igreja, que o senhor nos doou”. E, neste caso, "é um sujeito que cresce no tempo e se desenvolve, permanecendo, contudo, sempre o mesmo, o único sujeito do povo de Deus a caminho".
“As indicações do Santo Padre se encontram no discurso dirigido à Cúria Romana por ocasião da felicitação natalina do ano de 2005. A importância das afirmações do papa, portanto, não se pode deduzir do gênero do documento, pois estamos diante de uma mera alocução, mas sim do conteúdo de suas afirmações”, explicou.
Ao final da exposição de monsenhor Gabiel Richi Alberti, os bispos se reuniram na capela para oração das Vésperas. Como última atividade do dia, eles visitaram o Centro de Operações Rio, inaugurado pela prefeitura da cidade no dia 31 de dezembro. Ele integra cerca de 30 órgãos municipais e concessionárias com o objetivo de monitorar e otimizar o funcionamento da cidade.
Núncio Apostólico marca presença
nuncioNa tarde desta segunda-feira, 1º de fevereiro, o núncio apostólico no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri, foi o responsável pelo início das atividades do período da tarde. Ele parabenizou a realização do curso, que avaliou como um importante instrumento de formação permanente para o episcopado brasileiro. Em seguida fez pequenas comunicações sobre assuntos importantes para a Igreja no Brasil, como o ensino religioso nas instituições de educação pública e o acordo entre a Santa Sé e o governo brasileiro.
Ao pronunciamento do Núncio seguiu-se um diálogo entre os palestrantes da manhã e os bispos presentes. Dom Gerhard Ludwig Muller e dom Filippo Santoro responderam a perguntas e ouviram as contribuições dos prelados sobre as temáticas estudadas pela manhã: “Sacramentalidade e constituição carismática da Igreja” e a “Importância da Constituição Pastoral Gaudium et Spes para a missão da Igreja no Terceiro Milênio”, respectivamente.
(CNBB)
A compreensão CORRETA do Concílio é um desafio até hoje na Igreja - E digo isso sem dizer que tenho esta compreensão (seria uma baaaaita de uma pretensão). Mas acredito que ainda temos que caminhar muito para compreender muitas das coisas que o Espírito manifestou através do Concílio.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Secretário de João XXIII relata a historia do anúncio do Concílio Vaticano II

.- O ex-secretário pessoal do Papa João XXIII, Dom Loris Capovilla, relatou a história do anúncio da realização do Concílio Vaticano II, e contou, por exemplo, que os meios de comunicação informaram sobre a sua realização antes que o Pontífice dissesse aos cardeais, porque uma Missa na qual participava demorou mais tempo do previsto.

A propósito do 52º aniversário do anúncio, o Prelado Emérito de Loreto (Itália), de 95 anos de idade, relatou a história em um artigo publicado este 25 de janeiro no L'Osservatore Romano.

O Prelado recorda que o Secretário de estado Vaticano naquele tempo, o Cardeal Domenico Tardini, escreveu em sua agenda no dia 20 de janeiro de 1959 o seguinte: "Audiência importante. Sua santidade ontem pela tarde refletiu e concretizou o programa de seu pontificado. Ideou três coisas: Sínodo romano, Concílio ecumênico (Vaticano II) e atualização do Código de Direito Canônico. Quer anunciar estes três pontos no próximo domingo aos senhores cardeais depois da cerimônia de São Paulo".

Dom Capovilla acrescenta que aquele domingo 25 de janeiro de 1959 o Papa se levantou e rezou como de costume, mas depois de celebrar a Missa "ficou de joelhos mais tempo do que o usual".

Não falou muito quando ia à Basílica de São Paulo Extramuros e o rito se prolongou mais do esperado logo do meio-dia, hora na que terminava o embargo jornalístico para anunciar a convocatória ao Concílio.

Dessa forma, após menos de três meses de ter sido eleito Papa -em 28 de outubro de 1958 à idade de 77 anos-, João XXIII dava a conhecer ao mundo a realização do Concílio, notícia que "foi divulgada pelos meios de comunicação antes que o Pontífice a comunicasse aos cardeais".

O “Papa Bom”, como é conhecido este pontífice, disse nesse dia aos cardeais da Cúria Romana: "Pronunciamos diante de vocês, tremendo e com um pouco de comoção, mas ao mesmo tempo com humilde resolução de propósito, o nome e a proposta de uma dupla celebração: um sínodo diocesano para a cidade e um Concílio Ecumênico para a Igreja Universal".

O Concílio, explica o ex-secretário pessoal, tinha três diretrizes claras: promover a renovação interior dos católicos, colocar os cristãos ante a realidade da Igreja de Cristo e suas tarefas institucionais; e solicitar aos bispos, com seus sacerdotes e leigos que se sintam colegialmente responsáveis pela salvação de todos os homens.

Dom Capovilla comenta logo que a 52 anos do anúncio do Concílio e a 46 de sua conclusão em 1965, quatro Papas repetiram com freqüência que foi "um evento querido Por Deus" conduzido por "um velho que rejuvenesceu à Igreja" quando muitos pensavam que João XXIII ia ser um "Pontífice de transição".

Para este Bispo Emérito "se o Vaticano II não alcançou as metas fixadas ou não as obteve, isso significa que nossa conversão ainda é uma tarefa a ser cumprida".

Graças a João XXIII, diz Dom Capovilla referindo-se a alguns documentos do Concílio Vaticano II, "hoje sabemos, melhor que ontem, quem somos e aonde vamos (Lumen Gentium), que idioma devemos falar e que mensagem devemos difundir (Dei verbum), como e com qual intensidade rezar (Sacrosanctum concilium); que atitude assumir ante os problemas e dramas da humanidade contemporânea (Gaudium et spes).

"São os quatro pilares que sustentam o edifício da renovada teologia pastoral e alentam a escutar a voz de Deus, a dirigir-se a Deus como filhos, e obrigam a dialogar com todos os componentes da família humana", conclui.´

(ACI Digital)

Concílio Vaticano II - "Um evento querido por Deus"

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Concílio Vaticano II guia o novo dicastério para evangelizar o Ocidente, diz autoridade vaticana


.- O Presidente do novo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, explica que a fundação deste novo dicastério vaticano está na linha do Concílio Vaticano II para "recomeçar rumo a novos horizontes" em meio de uma sociedade secularizada.

Em entrevista concedida ao jornal L'Osservatore Romano, Dom Fisichella assinala que "a Igreja, custódia da Palavra de Deus, transforma-a em luz das gentes" aludindo à constituição Lumen Gentium do Vaticano II sobre a Igreja no mundo atual.

A Igreja, prossegue, "não esquece que está em missão contínua e que permanece em diálogo com o mundo contemporâneo. É consciente de que tem que encontrar novas formas para este diálogo, de modo que seja mais compreensível para o mundo de hoje".

Então, "isto da nova evangelização é um caminho marcado pelo (Concílio) Vaticano II que chega a seu finalização -como o Papa quis nos fazer entender- mas para recomeçar rumo a novos horizontes".

O Arcebispo ressalta logo a importância da encíclica Evangelii nuntiandi de 1974 do Papa Paulo VI e destaca também como João Paulo II durante todo seu pontificado alentou a tarefa da "nova evangelização", expressão cunhada por ele para referir-se ao anúncio do Evangelho com um novo ardor, com novos métodos e uma nova expressão.

Dom Fisichella afirma também que Bento XVI criou o Pontifício Conselho para a Nova Evangelização como sinal da "continuidade do magistério pontifício" e conta para esta tarefa com todos os episcopados do mundo.

O Arcebispo explica logo um dos principais desafios a enfrentar nas sociedades cuja identidade cristã foi se debilitando progressivamente: o secularismo.

Esta tendência, explica, "é a posição extrema que gerou formas de relativismo, de autonomia exasperada que o homem considera ter e que termina por alimentar apenas o direito individual, esquecendo a responsabilidade social. Reclamam-se direitos que não existem em razão da suposta autonomia de todos e de tudo, em primeiro lugar de Deus mesmo".

O Prelado destaca o trabalho que realizam em prol da nova evangelização os movimentos e novas comunidades eclesiásticas em todo mundo. "É necessário trabalhar juntos respeitando e valorizando o carisma de cada um".

Seguidamente indica que para representar a atividade do dicastério que preside escolheu a imagem da Basílica da Sagrada Família de Antonio Gaudí, consagrada em novembro do ano passado pelo Papa Bento XVI.

Esta igreja "no coração da cidade secularizada quer representar uma mensagem muito concreta: é um convite a usar uma linguagem nova para preencher o enorme espaço que, sem a Igreja, ficaria como um vazio no próprio coração da cidade. Mas deve ser uma linguagem em continuidade com tudo o que a precedeu, com o que constitui o rico patrimônio de nossa fé".

O Presidente do Pontifício para a Nova Evangelização assinala que a Europa é uma de suas prioridades, um lugar onde "advertimos dramaticamente uma crescente cristãofobia que se manifesta também em países de antiga tradição cristã".

Finalmente o arcebispo assinala que "sentimos a necessidade de estar presentes e de fazer reconhecer a missão da Igreja por aquilo que ela é realmente e não como é com freqüência apresentada de maneira distorcida".

(ACIdigital)