"O justo é como árvore plantada à beira de águas correntes, perto da Fonte. Porque está plantado assim, ele dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que faz prospera. Ele é teimosamente abençoado por Deus. A olhos vistos".

Divulgo, aqui no blog, algumas reflexões. Não são textos acabados e sempre estou aberto ao diálogo!

quarta-feira, 16 de março de 2011

17/03 - Santos e Bem-aventurados

Santa Gertrudes de Nivelles
Gertrudes nasceu no povoado de Brabante, na cidade de Nivelles, Bélgica, no ano 626. Seu pai era Pepino de Landen, um homem rico e influente, descendente de Carlos Magno. Sua mãe era Ida, nobre e muito religiosa, que depois da morte do marido, fundou o duplo mosteiro de Nivelles, masculino e feminino, dos quais foi a abadessa até a morte. As filhas Gertrudes e Begga também fizeram os votos e vestiram o hábito, passando a viver no mosteiro, ao seu lado. Após a morte da abadessa, Gertrudes foi eleita a sucessora, tinha apenas vinte anos de idade. Mas, como o poder não a atraia, delegou-o a um dos monges, que passou a administrar ambos os mosteiros, enquanto ela ficou apenas com o título.
Gertrudes reservou para si a tarefa de instruir Irmãos e Irmãs, preparando-os na fé e motivando-os para a difusão da Palavra de Cristo. Isso significava um enorme esforço de sua parte pois viviam numa época de ignorância, e superstições. Um eclipse, por exemplo, era considerado um fenômeno sobrenatural e motivo de alarde para todos os camponeses, mesmo os instruídos na fé cristã.
Ela iniciou com vigor um grande processo de reformulação de ambos os mosteiros, chamando, da Irlanda, monges teólogos, os mais versados nas Sagradas Escrituras, para fundamentar essa reciclagem. Empregou toda a fortuna da família, bem como utilizou toda sua influência para esse intento. Mandou, vários emissários a Roma para trazerem livros, não só de cunho litúrgico, ampliando muito a biblioteca. A missão de Gertrudes se tornara uma luta para a difusão da doutrina católica através da instrução e pôde retirar o véu da ignorância que envolvia tanto o clero como os habitantes em geral.
Com tanta sabedoria e predisposição para a santidade, ela adquiriu muitos dons especiais tendo visões, revelações e graças, durante suas orações contemplativas, seguidas de jejuns e penitências constantes. Devota de Maria e Jesus Crucificado, seus sacrifícios eram pelas almas do purgatório, que lhe apareciam durante as orações sob a forma de ratos negros, mas ao final se transformavam em dourados, simbolizando sua salvação pela Misericórdia de Deus. Essas visões ela comentava com as monjas, estimulando as preces à essas almas abandonadas. Por isso, nas suas representações existe sempre um rato ao seu redor. Os devotos, ainda hoje, a evoca contra as invasões de ratos e o medo que eles provocam.
Entretanto, o que mais a destacava era a sua profunda capacidade de compreender os anseios das almas. Por isso, Gertrudes se revelou uma eficaz pacificadora, ao interpelar os "senhores" locais que guerreavam entre si. Suas palavras, dotadas de sabedoria e autoridade, traziam constrangimento à eles, que partiam para o diálogo e conciliação.
As guerras pacificadas e o alívio ao povo sofrido fortaleceram sua fama de santidade em vida e gerou muitas tradições e venerações populares. Quando uma guerra era apaziguada, os oponentes brindavam juntos com o excelente vinho daquela região. O povo chamava a bebida de "Filtro de Santa Gertrudes", pois segundo a crença, a bebida era um "remédio" contra a guerra e o ódio.
Ela morreu em Nivelles, no dia 17 de março de 659, aos trinta e três anos e o seu culto foi imediato. Entretanto, o precioso relicário que continha seus restos mortais foi destruído num bombardeio, em 1940, que atingiu a basílica que o guardava.

São Patrício, apóstolo da Irlanda (nascido na Britânia, atual Inglaterra, por volta de 390 - † Glamorganshire, 461). Aos dezesseis anos raptados por piratas irlandeses e levado para a ilha como escravo. Depois de seis anos fugiu, voltou para sua terra natal e amadureceu a idéia de se dedicar à ação missionária na Irlanda. Para melhr se preparar para esta tarefa, viajou para a Gália (atual França); aqui são Germano de Auxerre o consagrou bispo missionário da Irlanda, onde o cristianismo, já anunciado no tempo do papa Celestino, tinha sido abandonado e dominava o paganismo. Seu apostolado teve início em 432 no Leinster, mas se realizou principalmente no Ulster, no Meath e no Connaught; entre 441 e 443 fez uma viagem a Roma e, na volta, estabeleceu em Armagh (Ulster) a sé episcopal, que se tornou a Igreja primacial da Irlanda. Dedicou-se à organização do cristianismo irlandês seguindo as normas da Igreja latina. Dele chegaram até nós, em latim,uma Confissão, espécie de autobiografia na forma de carta pastoral, e uma Carta a Corótico, rei do Gales, com duras críticas pelas violências cometidas pelos seus soldados durante uma incursão nas costas irlandesas; lhe é atribuída também uma oração em língua gaélica (Fâed Fiada, “Grito do cervo”), em que se invoca a proteção divina contra as insídias dos inimigos.


Santo Agrícola de Chalon sur Saone (França), bispo, + 580

São Gabriel Lalemant, jesuíta, mártir no Canadá, Paris (França), 10 de outubro de  1610 – Canadá, 17 de março de 1649

São Jean Sarkander, mártir, Skoczow, Silésia, 20 de dezembro de 1576 - Olomouc,
Morávia, 17 de março de 1620

Santos Mártires de Alexandria do Egito, + 392

São Paulo de Chipre, monge e mártir


Bem-aventurada Bárbara Maix
Bárbara nasceu em Viena, Áustria, filha de José Maix e Rosália Mauritz. Cresceu num lar muito pobre, solidamente edificado na fé cristã. Seu pai era camareiro do Imperador no palácio de Schonbrunn, mas a família vivia na miséria. A desnutrição ocasionou a morte de vários filhos do casal. Seus pais, porém, transmitiram a Bárbara o espírito de luta e coragem.
Aos 15 anos ela ficou órfã de pai e mãe. As 5 irmãs perderam inclusive a casa em que viviam. Enfrentando a vida praticamente sozinha, fez curso de modista, habilitando-se a ensinar corte e costura, bordado e artes femininas. Passava horas inteiras em oração na Igreja de Nossa Senhora da Escada, onde, à luz da pregação dos padres redentoristas, percebeu a necessidade de se empenhar na solução dos graves problemas sociais de Viena. Pensou em fundar a Congregação do Sagrado Coração de Maria, e em 1843 abriu uma pensão destinada a acolher moças desempregadas. Com Bárbara já estavam reunidas 18 congregadas, sob a orientação espiritual e apoio do Pe. João Nepomuceno Pöckl, redentorista.
Em 1848 explodiu a revolução liberal em Viena, perseguindo a Igreja e associações religiosas. Bárbara e suas companheiras foram obrigadas a abandonar sua residência. Dispôs-se a ir para a América do Norte. Reuniu 21 companheiras. Enquanto aguardavam, no porto de Hamburgo, aportou um barco com destino ao Brasil, e entendeu Bárbara ser esta a Vontade de Deus. Decidiu partir, e acompanhou-as o Pe. Pöckl, que também tencionava fundar a Congregação dos Irmãos do Sagrado Coração de Maria, e mais dois jovens da família Hamberger.
Chegaram ao Rio de Janeiro em 9 de novembro, “sem dinheiro, sem conhecimento de ninguém, sem saber a língua, com muita fome, mas cheias de confiança em Deus e em Nossa Senhora”, escreveu Isabel, uma das congregadas. A pedido de Dom Manuel do Monte Rodrigues de Araújo, Bispo do Rio de Janeiro, foram acolhidas pelas Irmãs Concepcionistas por seis meses. Particularmente, preparavam-se para o dia da vestição religiosa, que ficou marcada para o dia 8 de maio de 1849. Emitiram os votos religiosos e ficou ereta, juridicamente, a Congregação do Sagrado Coração de Maria, já com 22 membros. Me. Bárbara recebeu o nome religioso de Me. Maria Bárbara da Santíssima Trindade.
Bárbara sentia-se comprometida com os pobres e necessitados. Acolhiam mulheres que procuravam asilo, dedicavam-se à educação das jovens mais abandonadas e cuidavam dos doentes. As primeiras experiências de trabalho pastoral junto ao povo foram nos colégios, e ocorreram em circunstâncias adversas para a Congregação. Eram pobres, não tinham casa própria, experimentavam muitas privações e insegurança.
A Vontade de Deus norteava a vida de Bárbara, e estava sempre aberta para entender o que Deus pedia a ela. Assim, devido ao problema da orfandade no Brasil, que ia se agravando em conseqüência das epidemias e da Guerra do Paraguai, Madre Bárbara passou a prestar serviço em diversos Asilos do Império: em Niterói (RJ), Pelotas e Porto Alegre (RS). As Irmãs cuidavam também dos empestados e vítimas da guerra.
Foram grandes e incontáveis os sofrimentos da Fundadora. Nos Asilos mantidos por sociedades leigas, pertencentes à maçonaria, Bárbara sofreu toda sorte de hostilidade. Lutas e contradições, dificuldades de toda espécie foram, aos poucos, consolidando e definindo posições das Irmãs com relação à Fundadora. Um grupo de Irmãs do Asilo de Pelotas, influenciado e apoiado pela Diretoria, separou-se da Congregação.
Em Porto Alegre, algumas Irmãs apresentaram a Dom Sebastião Dias Laranjeira, Bispo do Rio Grande do Sul, acusações contra a Fundadora, ocasionando a visita canônica ao Asilo Providência, onde residia Madre Bárbara. Críticas infundadas e calúnias difamaram a fundadora e as irmãs que lhe eram fiéis. Bárbara sofreu muito. Na sua simplicidade e humildade, aceitou mais essa provação e deixou Porto Alegre. Nas suas cartas ofereceu a todas o seu perdão.
Em 31 de dezembro de 1870, Bárbara partiu para o Rio de Janeiro, onde assumiu a Escola Doméstica, destinada a acolher moças órfãs, e aí permaneceu até um mês antes de sua morte. Faleceu em Catumbi (RJ), onde morava com quatro Irmãs, numa casa emprestada. Era de saúde frágil, sofria da asma e do coração. No dia 17 de março de 1873, sentiu-se mal após a missa, e acompanhada por uma irmã, sentou-se em sua cadeira de braços onde muitas vezes passava as noites nos momentos de crise, e faleceu com um sorriso nos lábios, um sorriso de paz. Tinha 55 anos. Sua fé foi imbatível. Deixou o perdão como herança, e a todos o perfume da sua santidade.

Bem-aventurado Connor O'Devany, bispo, mártir, +1612


Bem-aventurato John Kearney, presbítero, mártir, +1653

Bem-aventurado Conrado de Baviera (de Claraval) monge e eremita, + 17 de março de 1154

Bem-aventurado Juan Nepomuceno Zegrí y Moreno, fundador, Granada, Espanha, 11 de outubro de 1831 - Málaga, Espanha, 17 de março de 1905

Bem-aventurado Tommasello de Perúgia (centro da Itália), séc. XIII.
(Verbonet)

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