Bruxelas, 01 Fev (Ecclesia) – O Conselho de Negócios Estrangeiros da União Europeia não chegou a acordo sobre uma declaração comum em condenação perseguições religiosas nas várias partes do mundo.
Segundo comunicado do Conselho, os representantes dos 27 estados da União Europeia “mantiveram uma troca de pontos de vista sobre a liberdade de religião e de crença, acordando voltar ao tema numa data posterior”.
O Vaticano já lamentou a «neutralidade» dos ministros dos Negócios Estrangeiros, lembrando os ataques contra os cristãos, em várias partes do mundo, uma Igreja que “chora”.
D. Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, criticou o facto de a União Europeia se sentir “obrigada a ter uma posição neutral a respeito da religião”.
“Se se negam as raízes de um povo, as instituições perdem credibilidade”, alertou, falando aos jornalistas, em Roma.
O texto preparado pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros condenava a violência e o terrorismo contra locais de culto ou peregrinação, sem referência específica a comunidades religiosas.
Segundo a «Rádio Vaticano», Portugal esteve entre o grupo de países que propôs uma emenda em que se condenavam tanto os atentados contra as comunidades cristãs como os que atingiram muçulmanos xiitas em Kerbala, no centro do Iraque.
Na última semana, a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa adoptou em Estrasburgo, França, uma resolução que condena a recente vaga de atentados contra cristãos no Médio Oriente.
A recomendação fala destas situações como dois acontecimentos “particularmente trágicos” num número crescente de ataques contra comunidades cristãs, em todo o mundo.
O Conselho da Europa assinala que “as comunidades cristãs podem desaparecer no Médio Oriente, onde o Cristianismo teve as suas origens”.
Também em Janeiro, o Parlamento Europeu tinha pedido uma “estratégia” da UE para o respeito da liberdade religiosa, que inclua “uma série de medidas contra os Estados que deliberadamente não protejam as confissões religiosas”.
Na primeira sessão plenária de 2011, que decorreu em Estrasburgo, os eurodeputados assumiram uma resolução em defesa dos cristãos perseguidos e da liberdade religiosa, apelando “aos líderes de todas as comunidades religiosas da Europa a condenarem os ataques a comunidades cristãs e a grupos de outras crenças com base na igualdade do respeito por cada confissão religiosa".
O Conselho de Negócios Estrangeiros da União Europeia decorre em Bruxelas, Bélgica, entre 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro, com a presença do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Luís Amado.
Além das questões da liberdade religiosa, em cima da mesa estão a situação no Egipto e na Tunísia, a Bielorrússia, a Costa do Marfim, o Sudão após o referendo como ainda um ponto sobre a segurança no Sahel.
(Agência Ecclesia)
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