O deputado justifica a incitava destacando a laicidade do Estado e defende que o local seja um "espaço multirreligioso ao qual possam comparecer membros de distintas necessidades espirituais". O político alega no projeto que o país deixou de ter um estado confessional para ter outro que é laico e que houve grande crescimento populacional e ingresso na vida política de cidadãos de diversas crenças religiosas, além daqueles que não professam nenhuma fé. Assim, a presença da imagem, segundo o congressista, resultaria inadequada para quem não se considera católico.
Na carta, assinada pelos representantes da entidade, os leigos Martín J. Viano y Araceli Ramilo Álvarez de Viano, a organização diz que a exibição de símbolos religiosos - crucifixos ou imagens da Virgem ou de Santos em lugares públicos - está "amplamente justificada em nosso ordenamento legal, visto que coaduna com o cumprimento de uma finalidade do Estado argentino, enunciada com solenidade em nossa Constituição Nacional, que é de apoiar o culto católico, em conformidade com o status jurídico privilegiado de que goza a Igreja Católica. (art.2)".
Os leigos recordam que em maio de 2010, no início dos festejos do bicentenário argentino, o presidente da Câmara de Buenos Aires esteve a frente de uma cerimônia na qual foi abençoada uma réplica de Nossa Senhora de Luján. A imagem depois foi colocada no Salão dos Passos Perdidos da Câmara municipal. Desta cerimônia, afirma a carta, estiveram presentes o governador, ministros, deputados e líderes religiosos católicos e ortodoxos de Antióquia.
Além disso, afirmam que o deputado confunde o conceito de Estado laico ou não-confessional ao equipará-lo a um Estado agnóstico. "No primeiro, se desvelam âmbitos de competência jurídica, enquanto no segundo se procura proscrever toda manifestação religiosa do âmbito público, que é ao que aponta a pretensão de retirar a Virgem de Luján do Congresso Nacional", diz o texto.
A missiva relaciona o projeto de remoção da imagem da Virgem com outras iniciativas análogas em nome da "neutralidade do Estado", com o objetivo de remover crucifixos e outros símbolos religiosos de prédios públicos, escudos e bandeiras provinciais. Para a entidade, isso poderá acarretar com que a sociedade argentina se esqueça de seus valores religiosos, sua cultura e tradição, itens que "formam a identidade nacional".
Por fim, os autores lembram que 80% dos argentinos são católicos e solicitam que o político retire o projeto e atue conforme o conceito de democracia, segundo o qual o deputado é "representante do povo".
(Gaudium Press)
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