Roma (Itália), 03 fev (SIR/Gaudium Press) - O chefe da custódia franciscana na Terra Santa, Frei Pierbattista Pizzaballa, falou à Rádio Vaticana no sábado passado sobre a difícil situação política pela qual o Egito está passando, e suas possíveis repercussões religiosas. O Padre Pizzaballa asseverou na entrevista que para os católicos da região, como para muitos, os fortes protestos contra o atual governo do presidente Hosni Mubarak pegaram a todos de surpresa. "Todos sentimos que estas são as mudanças da época. Nenhum de nós poderia ter imaginado este tipo de acontecimento há alguns meses", disse. "Isto significa que há correntes, especialmente no mundo árabe, que agora encontraram sua visível expressão. Este é certamente um sinal positivo, mas também é preocupante porque não sabemos como terminará tudo isto - esperamos que com a menor quantidade possível de violência e derramamento de sangue", expressou o sacerdote, ao mesmo tempo em que desejou que no país africano "o respeito pelas minorias religiosas seja preservado". Esta última observação do Padre Pizzaballa reflete bem a preocupação já manifesta em diversos ambientes, no sentido de que radicais islâmicos possam beneficiar-se das transformações políticas a ocorrer. A edição digital da revista alemã Der Spiegel apontou recentemente que o fato de ser a Irmandade Muçulmana o "movimento político mais popular no Egito", e que a mesma seja favorável à revogação do Tratado de Paz com Israel, é uma das razões pelas quais o Estado judeu vê com enorme preocupação o que está ocorrendo no país. "Se ocorre uma mudança de regime no Egito, a Irmandade Muçulmana assumirá o controle do país, e isso terá consequências incalculáveis para a região", assinalou Eli Shaked, ex-embaixador de Israel no Cairo de 2003 a 2005, à Der Spiegel. Padre Pizzaballa, na entrevista à Radio Vaticana, também falou da efervescência das paixões que muitas vezes tem lugar na região onde mora: "Todos vemos como no Oriente Médio, na Terra Santa e em Jerusalém, as paixões podem cegar as pessoas. Em seu lugar, para gozar de uma verdadeira liberdade, precisamos de uma certa distância com relação às coisas para vê-las com mais claridade", afirmou. Seguindo seu pensamento, o sacerdote franciscano afirmou que a verdadeira liberdade no Oriente Médio deve incluir a liberdade religiosa, o acesso aos lugares de culto e aos lugares santos e a liberdade de expressão religiosa.
(Verbonet)
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