"O justo é como árvore plantada à beira de águas correntes, perto da Fonte. Porque está plantado assim, ele dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que faz prospera. Ele é teimosamente abençoado por Deus. A olhos vistos".

Divulgo, aqui no blog, algumas reflexões. Não são textos acabados e sempre estou aberto ao diálogo!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Missionário brasileiro fala sobre a calamidade no Japão


Em declarações oferecidas hoje, 23, à Rádio Vaticano o missionário brasileiro Olmes Milani fala sobre acontecimentos trágicos que assolaram o lindo Japão nos últimos dias.

Padre Olmes, missionário scalabriniano que reside em Tóquio, relata momentos de pânico geral após o terremoto assolou a ilha. 

“O dia 11 de março era um dia ensolarado, faltando poucas semanas para que reverenciássemos o desabrochar das cerejeiras. O país do Sol Nascente, considerado um dos mais seguros do mundo foi o palco de terromotos seguidos de tsunamis que causaram um impacto indescritível em todos os habitantes do país, mas de uma forma especial aos estrangeiros que aqui moram, entre eles os 254.000 brasileiros”, afirmou à Rádio Vaticano o sacerdote.

“O tempo prolongado de réplicas, algumas delas muito fortes, provocaram alertas de novos tsunamis desestabilizando física e emocionalmente as pessoas. Muitas deixaram para trás a casa e o trabalho e foram para junto de parentes por medo de estar sózinhas na eventualidade de outros tremores”, contou também o Pe. Milani. 

“Não faltou quem fosse para longe de sua cidade e transformasse o carro em residência por alguns dias.
Às 14.46, os trabalhadores e trabalhadoras no turno da noite estavam em casa sozinhas. É fácil imaginar o desespero de se encontrar dentro de uma pequena casa ou apartamento balançando por todos os lados, objetos caindo e quebrando, paredes rangendo e um barulho estranho”.

Mais adiante em seu o relato o padre brasileiro afirma que “as crianças e os jovens estavam na escola onde foram induzidos em movimentos estranhos junto com carteiras e cadeiras agitadas por forças invisíveis, tendo que abandonar as salas com proteção na cabeça”.

“Nas fábricas, o barulho ritmado das máquinas sofreu a interferência daquele de objetos e equipamentos caindo enquanto os trabalhadores tiveram que correr em busca de um lugar seguro. Em muitos lugares as pessoas entraram em pânico”, descreveu.

“A vivência e a partilha dessas experiências e a possibilidade de morrer longe dafamília faz surgir a idéia de voltar ao Brasil. Nos últimos dias verifica-se um movimento sem precedentes de brasileiros e outros imigrantes no Centro de Imigração para protocolar a permissão para sair e regressar ao país”, afirmou o padre. 

“Um oficial do governo, enquanto observava a multidão falou-me em voz baixa: “os estrangeiros podem ir embora em caso de desastre. Nós, japoneses, não podemos”, contou o Pe. Milani.

(ACI Digital)

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