O cardeal Angelo Bagnasco falou sobre o escândalo sexual em que está envolvido o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi.
O presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), o cardeal Angelo Bagnasco, disse nesta segunda-feira (24/01) que a sociedade italiana assiste "aflita" ao escândalo sexual em que está envolvido o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, e que se percebe um evidente "mal-estar moral".
Bagnasco fez estas manifestações em Ancona, diante do Conselho Permanente da CEI, onde tratou - como anunciou no último dia 21- do caso "Ruby", a menor de idade marroquina que supostamente manteve relações sexuais com Berlusconi, gerando um escândalo político na Itália.
Sem nomear diretamente Berlusconi, o religioso disse que, nos últimos dias, estão se multiplicando notícias sobre "comportamentos contrários ao decoro público e são exibidas provas - verdadeiras ou falsas - de estilos não-compatíveis com a sobriedade e a correção".
"A coletividade olha, consternada, os atos da vida pública e respira um evidente mal-estar moral. A vida de uma democracia se compõe de delicados e necessários equilíbrios", afirmou o cardeal.
O cardeal reiterou que "quem aceita assumir um mandato político deve estar consciente da medida e da sobriedade, da disciplina e da honra que isso comporta".
Bagnasco disse ainda que, na atual situação, ninguém sairá ganhando, "ninguém terá motivos para se alegrar, nem para se considerar vencedor".
Alem disso, perguntou o que será do futuro da Itália diante desta "contaminação" e disse que chegou o momento de "parar" para esclarecer tudo de maneira cuidadosa e tranquila.
O cardeal advogou por uma nova ética na vida, na família, na solidariedade e no trabalho.
Bagnasco fez as declarações depois que a Promotoria de Milão abriu uma investigação contra a Berlusconi por um suposto delito de incitação à prostituição.
(Folha Gospel - Opera Mundi)
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